segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Redes cobertas

Um blog sujo falando de um email mal lavado. Entropia: reclamar, no blog, da falta de emails (era pós arroba). Presepada retrô: enviar um garoto de recados que avisa que há um aerograma na caixa postal, em que se cobra resposta a um email do ano passado. Rabo preso com pendrive: bisbilhotar a mídia para saber quem liga se Obama espiona meio mundo. Perda de tempo: preciso urgentemente imprimir todos os posts lançados nesses três anos, antes que..., sabe-se lá (lá no Polo Norte, de repente). Amarrar o celular à velha mesinha de telefone: the new fixo fashion. Naquele debate sobre redes sociais, alguém falou sobre um coletivo, o Fora dos Eixos. Olha! De repente já era hora de organizarmos de novo um Forum Social, tipo uma Jornada Mundial da Juventude laica. Novas experiências, terceira via, um outro mundo possível and bla bla bla. Fez água: o coletivo deu o calote geral e embolsou algum. Entrou nos eixos. Nem tragédia, nem farsa; história aberta aos oportunistas e cínicos. Wieder weiter. Hier wache ich. ........... "Ê-rê! Vocês nunca me encontram dormindo..." (Durval Bento Gonçalves - +17.VIII.2013)

terça-feira, 13 de agosto de 2013

URGENTE: CONVITE PARA HOJE

ESSE "HOJE" NÃO É DIA 13 DE AGOSTO;

JÁ FOI - ALGUM DIA DO MÊS PASSADO.

-----

EM TEMPO:

MUITO CUIDADO, MENINAS!

EM TEMPOS DE FAKEBOOK,

CAIU NA REDE, É PATO.

.......

REDUZINDO TXT:

DENSO - DICHT: GEDICHT

Imagens atrasadas: post anterior

A internet é filha da... guerra ou do amor?

Hemmingway usava mesmo uma Remington: datilografava e fumava charutos

Foi à guerra, mas não disparou torpedos; tiroteio nas montanhas
contra o ditador Franco

Por ele os sinos dobravam (...the bell tolls)

----

Make love not war

passou a ser

Making of

(auto-referência de geração sem foco, exceto no próprio umbigo )

..............

NO AMOR E NA GUERRA ONLINE

O debate aconteceu, outro dia grande. Cinco horas no anfiteatro, entre argumentos acadêmicos, teses e bate-boca entre mesa e grupelhos. Novas mídias, espaço público, anarquia, democracia, etc. Numa dessas, Christian lembrou da conexão entre novas tecnologias e a velha guerra, inclusive a nova velha guerra fria, na era Obama-Putin. A internet é filha da guerra. (e eu diria mais: sua forma decadente é o fakebook, tentativa de guerrilha sem causa). Por sua vez, Sandra, na mesa, disse que diria outro coisa: a net é filha do... amor. Well, gostamos da contradição e do contraditório. Gostei do contraponto. E mais: evitamos a omissão malandra, que beira o cinismo. Como assim? Assim: o computador teve seu desenvolvimento acelerado pela necessidade de ganhar a guerra. Como no tempo de Galileu, a grande dificuldade é acertar tiros de canhão ou mísseis. Mas há outras inúmeras facilidades da indústria que são sub-produtos da guerra. Exemplos: o nylon, o teflon, comida desidratada. Facebook surgiu para facilitar a fofoca e a paquera. Deu no que deu. Do amor para a guerra. Em tempo: o patriotismo, que leva à guerra e inventa inimigos, é também um tipo de amor,à Pátria, no caso. Muito bem, Sandra. Muito bem, Christian. Muito bem, nosotros - no debate, sem fugir da raia. ***********

terça-feira, 23 de julho de 2013

ARTES MIXTAS

(Bento.13 + Crumb)

*******

Uma bela montagem, não é mesmo?

(Esse filósofo do cerrado tem tempo, hein?)

Sim, tem. Tempo a perder e tempo de casa - acaba de se aposentar:
chega de lecionar, em tempos terríveis de fakebook.

Agora é inventar manias, tipo essa: artes mexidas. Arte da mexida.

Tempo teve o  Crumb. Gênio. Desenhou todas as cenas do Gênesis. Todas.
Mais um anarquista que sabe o que é conteúdo
 e encarou de boa a longa tarefa, ars longa.
Não é mais apenas cultura de massa.
Michelangelo ou Doré iam gostar.


Angeli, segundo ele mesmo e de acordo com meu Xará, também anda perseguindo coisa grande, obra maior, que não cabe em tiras e nem em blogs, onde hoje perdemos tempo.


sábado, 13 de abril de 2013

INVENTOS

First of all, ou seja, pra retomar o post anterior, nosso editor esclarece: boicote. A Coréia do Norte, na figura insólita de seu ditador bien gordito e tonto, deve ter mexido em nossa máquina aqui. Fizemos referência à famosa disjuntiva: a guerra da Coréia aconteceu há cinco décadas como tragédia e... pode voltar agora como farsa. Mas o texto saiu corrompido e - grande sacanagem - até mesmo a foto de meu vizinho Barão the Third saiu mordida. Não sabemos a quem apelar, já que aquela meia península não escuta nem a ONU, nem o Papa, nem a tia do dito cujo.

Sem querer consertar, completamos o post anterior, com sua trilha sonora, talvez também desviada por regimes sem jogo de cintura. Aqui vai o link para o hit "Take it easy", de um certo Mika.
Relax... relax...

E é bom que se diga: "I'm easy like sunday morning" (mas isso, diga-se, depois que paramos de fazer a feira de horti-tutti-fruttis, pois the task was pretty hard - working like a dog from the city surroundings.)

Mas, vamos voltar para a filosofia, ou seu campo de interesse mais amplo, a cultura (talvez aquela se reduza, um dia, a esta - em "tempos sombrios" por vir, como diria tia Hannah Arendt). Talvez algum espertinho, leitor de outro blog desta mesma holding fique sabendo que o cara vai se aposentar e nos venha com a pergunta, já feita por uma Sra. Merítissima: para que serve a filosofia? Ou, mais fácil: o que é que esse filósofo do cerrado já inventou?

Ah! Boa pergunta. E duas curtas resposta, breves como um conto do Jorge Arantes. Sim, duas invenções super-sintéticas, densas. Registradas em cartório, com TM, Trade Mark:

BIG (BR)OTHER  


Em 2001 ou 2002, participava este filósofo de um grupo de altos estudos, entre psicanalistas, psiquiatras e quetais, em Porto Alegre. Um dia, eles viajavam naquele papo de "o grande outro". Em vez de falar do "ganz Anders", da Teoria Crítica, preferiu ele ir ao quadro e escrever aquilo: Big brother, que inclui big other. No sentido original de Huxley. Interessante ver hoje que a obra Brave new world é de 1932, ano em que nasceu Dona Enedina, mãe do filósofo em tela e xará de uma cangaceira do grupo do Lampião.

Mas, como no Brasil o pesadelo virou brincadeira de lesadô sarado de baixo QI, talvez ficasse melhor o BR em verde-amarelo. Tipo, vigia nóis que não tamo nem aí - desde que a gente ganhe um milhão...

BIG (BR)OTHER  


E a outra grande invenção. Grande por ser breve, concisa. Uma sacada semelhante a marca Lubrax, também com BR, marca de óleo para motor. Foi um poeta concretista, Pignatari ou Leminski que inventou essa marca, forte por causa do X. E aqui vamos nós. Em 2013, ano em curso, no curso de filosofia, em aula presencial e mucho doida, veio-me essa idéia. O erudito e agitado engº Roberto aplaudiu. Ele que passara a admirar o mestre ali depois do papo sobre o Paredão. Quem conhece o Paredão? Lugar do duelo final na obra do João Rosa, perto do rio Urucuia. Roberto conhece. Era terra da avó dele. E elezinho ali, o filósofo do cerrado, que foi lá pra isso: conhecer o lugar real de um entrevero encantado. Convera ia, conversa vinha und dann hat es mir eingefalle:

GRAN DESERTÃO :




Pô. Arrasou. Depois dessa, solta os letreiros e umas figurinhas.


OBRA PUBLICADA EM 56,
ano de mim



segunda-feira, 8 de abril de 2013

PEGA LEVE - TAKE IT EASY

Mesmo quem não acredita em "inferno astral" deve pegar leve uma semana antes do aniversário. Ou duas. Por isso, um pouco de conversa fiada. Relax, baby (ou b.i.b.)

De nossos arquivos, mais esta, antes que passe da hora. Para a série "livros na estante errada":


Mas, para quem não achou graça, cabe-nos acrescentar que, além desta edição portuguesa, uma tradução alternativa para o título saiu sem-graça, no caso:


E, por falar em Barão, eis nossa homenagem ao Barão III (terceiro, leia-se):


Le Voisin
(pobrecito catchorro, isolado em um corredor de cimento, cercado por muro, que não pode trepar...)

**********
MOMENTO SAÚDE

Eis a recentíssima contribuição del gran Magipa, desde el México  - calientíssima, para combater as gripes e perrenguezas do inverno que se aproxima:



***********

quarta-feira, 20 de março de 2013

NOVO LATTES RELÂMPAGO, POR DÉCADAS



O professor que escreve (n)este blog vai mesmo parar de lecionar: aposentar-se.

A torcida contra cai no básico: "Tão novo! Vai mesmo parar? Ih! Você não vai agüentar ficar á toa...". etc. E as respostas do professor são mais manjadas ainda, tipo "Que nada; novo eu era quando comecei a trabalhar..." E, é claro que é possível deixar de lecionar  (mas não de pensar, escrever, ler, traduzir, etc.)

E quando o sujeito chega a 50 anos de escola (aluno e/ou professor), tá na hora de parar (de lecionar). Hora? Já é. E eis um resumo curtíssimo de um longo curriculum lattes (além dos demais afazeres não-acadêmicos).

1963: aos 7, começa a frequentar a escola primária, em Tupaciguara, MG.
1973: vai de GO para Ribeirão Preto e estuda no famoso Instituto Educacional Ottoniel Motta
1983: começa mestrado de filosofia na UFRGS, Porto Alegre
1993: vai para a Alemanha fazer pesquisa para o doutorado
2003: torna-se diretor do sindicato dos professores universitários, ADUFU (quatro anos de luta)
2013: prestes a aposentar-se, como Professor Associado IV, na UFU.


Então é isso, nova geração: a vaga dele fica aí, para quem queira começar ou turbinar uma carreira.

Demorô.



sexta-feira, 15 de março de 2013

INFORME PUBLICITÁRIO

Anuncio a vocês com alegria e manha
que doravante este blog aceitará o patrocínio
de algumas marcas famosas,
pois charge e filosofia não dão lucro.

Para sair do vermelho, contratamos
o novo mascote da Oriza Sativa:


************

Informamos, outrossim (e outro não, como dizia Leminski), que este blog não torceu, não apostou e nem especulou sobre a cor da fumaça. Gelo na imprensa: o jesuíta convida a rezar. Ora et labora, aliás. Sem inveja, nem nada. Já tivemos no Brasil Anchieta, Vieira e o padre Lima. Todo apoio ao xará do Borges, Jorge, aliás Francisco.
Deja el hombre trabajar, tchê!

**************

E aguardem!
Novos patrocinadores vêm aí (aqui).
Em breve:
"A FARINHA DO PRIMO BATISTA"

segunda-feira, 11 de março de 2013

Keys (to Ita)

Vaticano Conclave
Venezuela sem Chavez
Brasília nos conchavos.

....................................

Recente declaração do Diretor do Hospital de Curitiba, onde médica mal vestida antecipava morte de pacientes:
"agora a vida começa a voltar ao normal por aqui..."

...............................
HIPOcrisia das brabas: consumidores europeus revoltados com a carne de cavalo. Eles tem pena dos pobres animais? Não, nem ligam para o direito dos bichos; apenas queriam ter respeitado o seu direito de saber o que estão comendo. (Eita! Empáfia pai d'égua...)

...........
Das war es für heute. (tipo charge sem desenho, por pura preguiça de ligar scanner)

sexta-feira, 1 de março de 2013

Jacques Tati não é Jeca Tatu


Certa vez, em Taubaté ou adjacências, algum engraçadinho colocou um livro do Filósofo do Cerrado no escaninho do Mazzaropi. O ator botinudo não entendeu a piada e deixou o volume impresso em lugar visível para que o verdadeiro destinatário tomasse conta. Não havia bilhete no livro, com dedicatória ou um recado do tipo “para o mestre das presepadas, com carinho” (ou sem, que sai mais barato). E nem enviaram uma mensagem eletrônica ao dito cujo das calças de pular de brejo. Dias depois, o livro teimou em voltar para o escaninho do Mazza, que, por acaso, levou uma prosa com uma funcionária pública, que disse que fulano pensou que o livro sobre filosofia da linguagem era a cara do cara. E o livro voltou para a tampa do móvel em MDF, so as to say: take me home, my dearest and proper owner...
Imagem protegida contra pedras e vidraças

Ao contrário do Rei Roberto roendo as cordas da indústria cultural, eu não sou o cara. O cara é o caralho! Como dizia e repetia a Zazie, no livro de Queneau – leia-se Kenô – pra rimar com metrô. E isso é só pra dar uma prova do que anda lendo este sujeito meio pê da vida e, no mais, nem aí (doesn't give a damn).
Primeiro, muss man sagen: o Filósofo do Cerrado é o Severino, aliás, Soren... Kierkegaard. Pra quem matou a primeira aula, el filósofo danés es el tipo aldeão da Jutlândia. Confiram. E também um urbanóide, um dândi muito folgado e levemente don juanito.
Segundo: o autor deste blog é filósofo e é católico, mas não é nenhum “filósofo católico”...
Terceiro: o autor deste blog é democrata e é Cristão, mas não é nenhum “democrata-cristão”.
Quarto, com exclamação ao final: o autor deste blog nasceu no interior de Minas Gerais e admira João Rosa, Tio Tuca e Seu Dindico, mas... não é um “filósofo caipira”! Confiram no lattes. Se alguém encontrar alguma anedota tipo "Saarland" ou "Nova Bréscia", podem assar no dedo.

Quinto e sexto e... vai por aí.
Os filmes de Mazzaropi são chatos. Não dá pra ver, sem pensar, à moda do dilema dos biscoitos (fresquinhos&bestsellers): será que os Trapalhões eram mais engraçados quando eu era menino ou... nosso padrão estético era mais rasteiro? Tomou, psit!
O Jeca do Mazzaropi sempre se dá mal na cidade e... volta pra roça.
Oras bolas! Não há mais roça pra onde voltássemos. E uns tem um pé na roça, ao passo que outros tantos tem os quatro na cidade, muss man sagen.
E a “Marvada carne”? So what?
Ah! Now you are talking, baby! Um filme precioso, obra de gênio (não fosse um trabalho coletivo e demorado – na “carreira do Divino”...) A Weltanschauung caipira é aí tratada com poesia e graça (não deboche) e tem a postura política correta e verdadeira, pois Nhô Quim não volta para a roça; os migrantes, expulsos da terra, vão para a periferia da grande cidade e lá reinventam a sociabilidade, tipo os “parceiros do rio bonito”, sem afetação acadêmica. E armam churrasco na lage, feito o tributo a Hans Staden na Dokumenta de Kassel, em 2007. Releitura, com funk.
Pra quem não viu ou não entendeu ou nivelou com a palhaçada simplória, resta o refrão: “ah!... é... me passou...”
Mazzaropi é o caralho!

Por fim, ou quase, vale alertar que diferentemente do que cantou Gil próximo da antítese de sua incrível “refazenda”, Jeca Total não é o Jeca Tatu; para nosso bom gosto, genial é também o Jacques Tati. E podem, nesse caso, me chamar de “Meu tio”. Obra para ser revista, com trilha sonora e crítica ideológica. O tio é meio jeca, mas azarou o vernissage da casa modernista. Isso é o que há, contra a sonoridade maquinizada da vida moderna, que perde para a infância perdida e folgazã de crianças levadas e tios arredios ao capitalismo enquadrado, etc.

Se era presente, ok. Agradecido, com toda a cortesia. Merci.
Se foi provocação, agüentem o troco.
Agora, atenção ao garimpo! Se alguém encontrar por aí, em sebos ou gavetas, pago o preço razoável por obras como estas: Der letzte Befehl, dirigido por Sternberg (Alemanha, 1927) ou o surpreendente filme de Dziga Vertov, “O homem com a câmera”, de... 1929. O resto é a decadência do cinema. Not mine.


Não acabem com meu Simca Chambord, bitte...

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Deixa o homem aposentar!

Todo apoio a Sua Santidade, meu ilustre xará Bento XVI. 

E que ele não dê ouvidos a essa lenga-lenga toda, à  imprensa que só especula e desconfia. Chega disso. Genug damit!

Primeiro, adivinhei o nome que Joseph Ratzinger iria escolher. Do nada, para quem acredita em nada, eu tirei essa: o próximo papa vai se chamar Bento XVI. E acertei. Depois os colegas, pasmos, me disseram que ele faz aniversário em 16 de abril. Bento XVI nasceu no dia 16. E eu também. Aí pensava – e ainda penso – em promover um almoço de aniversário conjunto, um churrasco em Castelgandolfo. Eu cuido de temperar a costela minga e ele vem com cerveja bávara, tipo Paulaner ou Einbecker. Agora vai ficar mais fácil, na casa do irmão Georg, de repente.
Nessa brincadeira, sempre respeitei  Sua Santidade e me identifiquei mais e mais com nosso Papa. Também em questões acadêmicas, pois temos um interlocutor comum: o conterrâneo e malungo dele, Habermas.

Nosso padroeiro comum,
que amansou aqueles vikings broncos.
Agora, quando muitos colegas se admiram de meu plano de aposentadoria, para breve, o ilustre Xará nos surpreende com o anúncio de sua renúncia. Ele vai parar de trabalhar seis semanas antes que eu. Beleza. A diferença: ele tem 28 anos de estrada a mais. E podemos imaginar o cansaço em que se encontra. Haja paciência para tanta oposição dentro e fora da instituição.

O que era aquilo, companheiros?
Diante da onda de boatos e aluguel da imprensa, tivemos que gritar há uns dez anos: Deixa o homem trabalhar! E Lula trabalhou e ainda tem influência. E o país vai indo bem, obrigado.
Agora é hora de dizer: Deixa o santo homem parar de trabalhar!
Creio, de fato, que o Papa teve essa idéia em Cuba, ao ver a cena duplamente triste: Fidel velho e decadente ainda quer mandar e ler longos discursos e – pior – passa o comando ao irmão, que tampouco  foi eleito.

Agora, a renúncia de Bento XVI, no melhor espírito de abnegação cristã, deveria servir de exemplo e inspiração a muitos presidentes e políticos em geral. Chavez, Sarney, Bashar Al Assad, Cameron e muitos otros chicos malos deviam simplesmente pedir pra ir ao vestiário e nunca mais voltar para o jogo. Uns por serem impostores, outros por causa de sua crueldade e outros simplesmente porque já cansamos de suas caras.
Não é à toa que esses dirigentes, sem convicção religiosa, se acham instados a falar sobre a renúncia do Papa; no fundo, apenas manifestam seu estranhamento diante dessa saída que nao adotam: sair do trono.  E como nao se dispõem a passar adiante o cetro, começam esses tantos e tontos dirigentes, com o apoio da imprensa, a levantar suspeitas e malícias, quando na verdade, basta um motivo: Cansaço. E o xará sabe que a sé nao ficará vacante por muito tempo. Ele conhece bem os bastidores e os colegas do alto clero.

No mais, é melhor nao perdermos  tempo com especulações e torcidas. Que os cardeais cheguem a um consenso (depois de um papa polonês e um alemão), ou, em termos da casa, que o Espírito Santo tenha clima tranqüilo para soprar onde queira.
Caro Xará Bento XVI, fique trankilo e tenha uma bela vida de aposentado, sem vocação para o martírio sob a burocracia e a opinião pública reduzida a fofoca. Viel Erfolg! Bleib gesund!

O Santo Padre entrou na onda do twitter.
Esta poderá ser sua última mensagem para a galera
da fofoca digital que não tem mais o que fazer:

"Fechem a matraca!"

.....................

Meu Castelgandolfo seja ali...

sábado, 26 de janeiro de 2013

X A M Ã


História Universal da Filosofia
Capítulo 994: Colegas e Coletânea

Invocação das entidades diáfanas e ariscas

******* 
Uma dica muito importante para quem pegou o bonde andando: este blog conta uma certa história da filosofia, com base em publicações. Eis a história das peripécias de diversos textos que saíram da gaveta para as gráficas e telas de computers. E, por favor, concordem: eis um ótimo critério de relevância e intersubjetividade, pois não são meras confabulações. Conta-se aqui como foi que um texto veio parar nas livrarias e sebos. E nisso o leitor conhece melhor os meandros do mundo acadêmico.
Uma sugestão de mood: o clima dessa série pode parecer derrotista, deprê, revoltada. Mas não é; deve-se mais é achar graça do jogo de vaidades na academia. E a lição para os calouros é a mesma de outras pelejas: não desista. Ou desista e não fale mais disso, nem daquela mala perdida no vôo de volta.



Em 2009, o filósofo alemão Habermas completaria oitenta anos. E de fato chegou lá. Nosso grupo de pesquisa, registrado no CNPq e tudo, resolveu lançar uma coletânea de ensaios que apresentasse alguns temas da extensa obra do aniversariante. Parabéns para ele!
Coube a este blogueiro a dupla tarefa de pedir verba à Fapemig e de negociar com a editora. Deu certo; contrariando meu complexo de rejeição, a agência mineira doou dinheiro para imprimir uns 500 exemplares. Mas não foi nada fácil o trato com o editor, sempre através do estranho canal de emails. Embora sem nunca ver a figura e nem a cor de sua voz, parecia a este que ora digita, que era ele mais uma figura típica do cinema – alguém do tipo que Milani fazia no seriado Lula e Juba. Lembram-se? O editor piscava faíscas contra a pobrecita da Zelda Scott.
Os outros dois colegas, co-editores, também às voltas com suas tarefas de reunir e revisar os originais, franziram o sobrolho: tínhamos que vencer o desafio e tocar a coisa. Nada de relaxações! Ossos oficiais. O livro, por fim, ficou pronto. E ninguém morreu disso.
Todavia, ainda não apareceu aqui o quesito “entrevero acadêmico”, pois não só de verba e celulose é feita uma coletânea. O verdadeiro martírio foi a caça ao colega de referência, que pudesse apresentar a obra escrita por umas oito pessoas do ramo. E coube a este simples Bohnenfresser aqui procurar uma “figura de proa” que pudesse exibir seu nome na capa e, assim, por um discreto argumento de autoridade, ajudar a vender o livro. O encalhe assombra.

Mas, podem crer meus amigos (meus droogs, como diria o Alex de Laranja Mecânica), podem crer que figura de proa no Rio São Francisco é carranca. Menino véio, uma meia dúzia de colegas fechou a cara para aquele projeto coletivo e viável! E não é fácil calçar a cara e pedir a alguém desse status, geralmente enrolado com dezenas de tarefas e horas no lattes. Depois daquele prolegômeno todo, a cantada: Será que Vossa Senhoria dignar-se-ia honrar nossa coletânea com isso e aquilo? Etc. Não, não vai dar, não daria, não deu.
Tento lembrar quantas foram as recusas: J. N. H.; R. M.; N. H.; fulano, beltrano, etc. E o prazo correndo, o editor no meu pé. Por fim, um dos sócios da editora, um chapa do editor cuidou da apresentação da coletânea. E eu fiquei com aquela costumeira cara de poucos amigos, com a sensação de que minha moral – after all these years – andava mais baixa que o negócio do sapo (o Zeca Baleiro teria uma expressão melhor que esta, podem apostar).
Mas e daí? O livro saiu e vende horrores, uma edição depois da outra. Do jeito que vai, vamos bater o Paulo Coelho e o Edir Macedo. E não costumo ser o tipo de cara que diz a quem não foi à festa que ele perdeu, que a festa foi demais, etc. Nem uma palavra. Gelo geral.
No mais, fiquei com essa lição: depois que me aposentar, nunca mais vou me dispor a ser co-editor de co-letânea...



Ficou bonito. Olha aí...

Comprem e leiam.

*******

Direito e Democracia Em Habermas - Pressupostos e Temas Em Debate
Editora: Xama
Este livro é resultado do esforço coletivo de vários pesquisadores brasileiros de diferentes instituições, dispostos a debater os pressupostos e temas que figuram a teoria crítica da sociedade. Jürgen Habermas, considerado o maior filósofo alemão vivo, destaca-se como um dos autores mais expressivos dessa importante tradição intelectual. Seu... [Leia+]



De R$ 28,00
Por R$ 26,60

—— ou ——
  Saiba mais.
com Amex em 5x de R$ 5,06 sem juros
Disponibilidade: Produto em estoque.

Previsão de Entrega*:
Digite o seu CEP:
 

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Um filósofo sem porém: Walmor Chagas

Falha técnica: nosso departamento de artes e manhas não consegue inserir imagens novas nestes posts. Mas hoje não faz falta ou não orna. Walmor Chagas morreu. E todos nos lembraremos de sua fisionomia expressiva e forte, com aquela cabeleira sempre branca.

Walmor morreu, foi cremado. Essa foi sua vontade. Suas cinzas foram lançadas na bela serra da Mantiqueira, região que escolheu para morar. Sua vontade foi respeitada. Mas o que dizer de sua decisão de abreviar o trabalho do temp? Não esperou o dia e a hora. Um 38. Mas não se pode chamar essa alternativa de des-espero. Ele já havia dito que esperava a morte, um tipo de morte, talvez grandioso, em um Boeing.

Cícero e Montaigne também associaram a filosofia a isso: a morte. Essencialmente, filosofar é preparar-se para morrer. Nisso Walmor foi filósofo. E além disso, estudou mesmo filosofia. O gaúcho Walmor fez seu curso superior na USP. Filosofia na USP.

Agora, diversos jornais e blogs resumem e repetem a informação: "Walmor estudou filosofia". E logo em seguida todos ou quase todos botam uma mísera vírgula e o terrível "mas", para completar que foi antes o teatro que lhe deu camisa e fama e mulher do ramo. Walmor era filósofo, mas...

Aqui me lembro de um texto em defesa da Filosofia Latino-Americana, de Alejandro Serrano Caldera, me parece: "La filosofía latinoamericana sin más" (ou tout court).

A morte de Walmor não deve ser vista como um porém, devido ao terrível desfecho com pólvora e chumbo. Sócrates foi obrigado a um gesto assim. Veneno, consta. Algum outro filósofo francês recentemente saltou pela janela.

Por duro que seja dizê-lo, o filósofo que virou ator e depois se retirou para as montanhas reencontra-se no fim de tudo com um velho modelo de filosofia, quando a vontade triunfa de alguma estranha forma sobre o sentido (ou a falta dele).

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Heráclito era o nome do sujeito

Este blog talvez ainda volte a nosso encarte “Notas sobre literatura”, pois não só de adornos importados faz-se a filosofia. E, à guisa de manifesto solitário, anuncia-se uma direção: literatura regional. Sim, da região do cerrado, tipo “ação entre amigos” sem sorteio de fusca nem de vaga em academia de letras. Borboleta, Jorge dos minicontos, Bar Glória, Mano Ciro, Popó e alguns outros caras e livros estão nessa galeria, tipo “o que ando lendo”, além de gringos.

Por enquanto, masquemos isto: O monstro de Capinópolis. Era um fantasma? Era um ET? Ou foi apenas um inocente útil, que assumiu crimes praticados pela ditadura militar?
Diversas mortes – de pessoas e bezerras – na região do Triângulo Mineiro assustaram a população, no início dos anos 70. Quem já se entendia por gente lembra-se disso. Depois da prisão de Orlando Sabino, uma foto do coitado foi exposta por aí. Ficou preso uns quarenta anos.
Agora, ano passado, o jornalista Pedro Popó, ilustre filho do Rio Bagagem, lançou seu livro sobre nosso famoso serial killer. O monstro de Capinópolis refaz o trajeto de Orlando Sabino, que passou por nossa terra, inclusive Tupaciguara.  
Dona Enedina ouviu a leitura salteada do livro. Coisa de se ler em uma tarde, com café e biscoito. Destaque para os trechos mais conhecida dela e do Véio Olavo: do Entre Rios até Centralina. Pausas para comentar e lembrar dos conhecidos (e de outras histórias mal contadas do tempo da ditadura, por aí).
De repente, Dona Nedina interrompe o leitor, para corrigir o relato de Popó:
- O nome desse homem era Heráclito. Heráclito, irmão da comadre Fulana.
Vai aí uma dica para a próxima edição do apreciado livro do Popó: errata – de Eraco para Heráclito.
Pois vejam só: este filósofo do cerrado começou este blog contando de sua infância entre deuses e sábios gregos. Em sua pequena cidade importante, o dito cujo convivia com nomes tais: Aristóteles, Ulisses, Jove (vulgo Júpiter), Homero – eternizado na mítica figura da “Mariinha do Homero”.
Aristóteles moía milho pra fazer fubá. Ulisses tinha máquina de beneficiar arroz. E agora Dona Nedina revela o pré-socrático Heráclito, envolvido nessa regressão ao terror pânico de um matador meio lelé que comia quilos de açúcar. Fora razão, parece que matava movido por uma carência de glicose. O monstro matou alguém conhecido de Donedina. Uma co-madre.

E eu com isso, perguntará algum leitor? Cá pra nóis, o risco era grande, pois Seu Olavo era justamente o cara que fazia rapadura e açúcar mascavo. Tinha um engenho Stamato puxado a cavalo. Vai daí que este filósofo do cerrado foi, que nem o Zé Lins, um menino de engenho.
Engenhoso é revelar-se aqui e agora que Dona Enedina, que recuperou o nome Heráclito, vem a ser a mãe do Filósofo do Cerrado. Aos 81, arribando com vontade e bom humor, a memória está firme. Quantas histórias não escritas, ainda em tempo de ouvir dela. O que muda e o que permanece, minhas caras gregas. Era e ainda é.

http://www.correiodeuberlandia.com.br/mododever/2011/12/14/o-monstro-de-capinopolis/
http://uipi.tv.br/musicvideo.php?vid=dd1b3b16b