HOBBES, Th. De cive.
Nota ao final da seção II, do cap. I [born fit]
Já que agora vemos verdadeiramente uma sociedade constituída entre homens, nenhum dos quais vivendo fora dela, desde que vemos todos a desejar reunião e mútua correspondência, pode parecer um extraordinário tipo de estupidez colocar bem no limiar dessa doutrina um impedimento diante dos leitores, como a negar que o homem nasceu apto para a sociedade: portanto, eu devo dizer simplesmente que é de fato verdade que, para o homem, por natureza, ou enquanto homem, isto é, assim que ele nasce, a solidão é uma inimiga; pois as crianças precisam da ajuda dos outros que as ajudem a viver, e aqueles de idade mais madura precisam dos outros para ajudá-los a viver bem, motivo pelo qual eu não nego (mesmo que a natureza obrigue) que os homens desejem se encontrar. As sociedades civis, todavia, não são meros encontros, mas vínculos, para cuja formação são necessários a fé e os pactos. A virtude é completamente desconhecida das crianças e dos tolos, bem como o proveito é estranho àqueles que não provaram as misérias que acompanham suas falhas; donde acontece que aqueles, por não saberem o que seja a sociedade, não podem entrar para ela; estes, por ignorarem os benefícios que ele traz, não lhe dão atenção. Fica manifesto, por conseguinte, que todos os homens, por causa de nascerem na infância, nascem inaptos para a sociedade. Muitos também (talvez a maioria dos homens), seja por falha mental ou por falta de instrução permanecem inaptos durante todo o curso de suas vidas; ora, as crianças – tanto quanto aqueles de idade madura – tem uma natureza humana; por isso o homem é feito apto para a sociedade não pela natureza, mas pela educação: mais ainda, embora o homem tenha nascido em tal condição de modo a desejá-la, não se segue, que ele por conseguinte tenha nascido apto a entrar para ela, pois uma coisa é desejar e outra é estarmos aptos na capacidade para o que desejamos; pois mesmo aqueles, que por causa de seu orgulho, não se inclinam a condições iguais, sem o que não pode haver sociedade alguma, ainda a desejam, de fato.
(p. 44 e 45 da edição de Howard Warrender, Oxford)
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E o desenho a seguir é também novinho, fruto de idéia besta ou bestamente filosófica, embora a mera inversão não chegue ainda aos pés da centopéia dialética. Fazer o quê?
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