sábado, 21 de maio de 2011

ZIZEK, PRIVADAS E TECNOLOGIA

Filósofo não costuma trabalhar em grupo. Muitos tem cacife para recusar a manada. Esse nosso aqui, premido pela lógica do sistema, se enturmou com um subgrupo de um departamento. Idéias? Projetos? Ele testa um estranho tema, mais para bancar o antenado, tipo Camille Paglia a descontruir Lady Gaga. Depois descobre que Zizek já escreveu um livro sobre esse troço. E mais noventa e nove outros sobre qualquer coisa. Era fã do cara, que chamou de bênção a crise recente nos EUA. Muito doido esse Zizek, atrevido pacas ao chamar Hegel de "o mais sublime dos histéricos". Há videos desse dissidente esloveno no youtube. Figura muito desalinhada, cheia de cacoetes, gesticula e se contorce o tempo todo, no talkshow, seu elemento. Confiram. Lembra esse cabra escroto, filthy, greasy - contraponto do mauricinho Hugh - aqui comendo maionese por yogurte.

Slavoj Zizek fala com gosto de filmes de Hitchcock (e odeia porcarias como a Noviça Rebelde, no bom sentido, diria ele). Assim, fica bem apresentá-lo nessa imagem com pássaros.

Que tal escrever um ensaio sobre o mesmo tal tema que Zizek e, depois, só de sarro ou por curiosidade, ler o livro dele? Bullshit, como diria Lennon. Bullshit, repetiria Yoko. Era até legal bater papo com o arquiteto, a respeito de portões de garagem com "bundinha" que avança sobre o passeio público. Mas gastar papel com assuntos sanitários, não. Só o higiênico. E esse Zizek, com Z de Ziraldo, lembra o Menino Maluquinho, que tomava ao pé da letra o "falar pelos cotovelos". Zizek fala de tudo.
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E trouxe ao público um estudo sobre as privadas. Não é difícil imaginar as diferenças culturais e os sintomas psicanalisáveis aí envolvidos e devolvidos. Melhor fazer o que faz aí no vaso rosa o menino com uma panela (não um penico) na cabeça: ler. Sempre mais seguro que escrever, pondera o preguiçoso ou quem não tem queda pelo escatológico e/ou grotesco no sentido do rebaixamento televisivo. E ainda resta mudar o assunto, pois não se fala do nojento a qualquer momento.

Certamente, eis uma grande invenção, com base em princípios tão simples quanto o sifão. As primeiras que chegaram ao interior do Brasil foram chamadas de "privada Patente", talvez devido a um carimbo com a salvaguarda contra pirataria. Nada de piadinhas aqui ou de louvação fetichista do design. E nem venham com o outro lado, tipo o que seria uma privada latente. Basta, com dois as, um desenho técnico.

Era a deixa para dar uma boa descarga (flush), jogar um bom-ar e subir um tom na escala dessa conversa sofisticada - mas não necessariamente afetada - que sói ser a philosophia. Então é isso, colegas: vamos falar de tecnologia, por exemplo. Mas não esperem no blog uma fenomenologia de um scraper caterpillar! Menos. Que tal essa sobreposição a seguir?

O digitador aqui fotografou com uma velha e boa Sony Mavica a imagem de um televisor em Mumbai, no hotel Heritage, 2005. Legal, não? Imagem da imagem da moça, agora vista nesta tela de computador ou smartphone ou Ipad ou sabe-se lá aonde vai dar essa parafernália toda em tempos de pouca leitura e imagens demais. Sim, estamos inflacionando também, mas pelo menos eis aí uma imagem gerada pelo emissor e não apenas copiada. Ops! Da técnica para a ética parece um pulo.