sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Virgulino no Panteão? Tá danado...


Mais uma curta e grossa do Tião Nery, em seu Folk-lore Político, 1973, ou seja, naqueles tempos bicudos - bico do coturno, cabe lembrar:

"Lampião, filósofo da guerrilha brasileira, em carta a Maria Bonita, arquivada no Museu de Petrolina:
-- Vou virar santo pra fazer tua felicidade."(p. 66)


Aí o estudioso-padrão discorda e acha que virou uma festa, um caminhão de pau de arara, lotado de filósofo arrivista e sem carteirinha da Anpof. Virgulino lê os pensamentos do infeliz e chega perto em tempo de ouvir um resmungo:
-- Tá danado!
O cangaceiro pega a peixeira e pergunta com zóio estatelado:
--  Danado de quê?
O cabra afrouxa e muda de conversa:
-- Danado de bom, compadre Lampião... Danado de bão...

As linhas acima valem mais ou tanto quanto as duas notas a seguir:

1.       Theodor Adorno, quando não via futuro na agitação estudantil de 1968, lembrava aos jovens assanhados que a guerrilha não funcionaria nas cidades alemãs, por falta de mato.
2.       Regis Debray, que escreveu “Revolução na revolução” teria ido para o mato mesmo, na esteira de Guevara, mas no meio do caminho deu uma paradinha na USP pra ver umas aulas sobre Kant, com G. Lebrun.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

FILÓSOFOS DA CAATINGA PEGAM CARONA

O Filósofo do Cerrado tem certa ojeriza pela monocultura tanto de mono quanto de dicotiledôneas,
mas para dar exemplo aos agricultores também desaprova o biomacentrismo: o cerrado não reina aqui feito Mubarak ano 30; ao contrário, dá uma chance ao agreste, que nem sucedeu recém ao pampa.

Cito aqui dois filósofos da Paraìba. O terceiro, que de meu ponto de vista amistoso deveria ser o primeiro, trate de dar as caras neste blog e se manifestar, oxente!

"João Agripino, filósofo de Catolé do Rocha:
--Deus estava com mania de grandeza quando me criou"

 (cf. Sebastião Pasquim Nery, Folclore Politico 2, p. 50)

José Cavalcanti, filósofo de Patos, sobre o supracitado catoléense:

"João Agripino é como mandacaru: não dá sombra nem encosto".

(Tiao Nery de novo, na mesmíssima página)

Ed, agora é tua vez, cabra!

Arre égua, meu compadre Azevedo! Poderia explicar esse brasão de Catolé?