NO MEIO DA SEMANA DO MEIO



Valente mudinha encara a braquiária



Se meu mano Caetano disse algo sobre filosofar em alemão, vamos levantar essa bola, com um dia de atraso:em alemão, quarta-feira é Mittwoche = meio da semana, simplesmente. Bacana também é Umwelt, em que um indica um giro completo e Welt é mundo. O mundo em volta de nós é o ambiente. E se estamos no meio do mundo, eis o meio ambiente comemorado esta semana.

Temos boas notícias e... ótimas notícias! As boas, primeiro:

Pau furado por pica-pau no Parque do Pau Furado

Foi criado o Parque Estadual do Pau Furado, entre Uberlândia e Araguari, às margens do Rio Araguari. Dois mil hectares, com belas árvores e muito trabalho: recuperar 500 hectares - de pasto para floresta.

Visitantes ouvem explicações à sombra da garapa

Mais de cem fazendeiros já aderiram ao Projeto Buriti, para cuidar das margens e afluentes do Rio Uberabinha, com curvas de nivel e plantio de mudas dentro de uma faixa de 50 metros, protegida por cercas. Sim, já acontece isso! O DMAE está investindo 0,5% de sua receita nesse projeto tão oportuno.



Sempre diga: desta água beberei



Mas cadê a filosofia deste post? Está aqui, com a básica provocação tipo "as aparências enganam". Bonito este lago verde a seguir, não?

Água verde devia estar debaixo do chão e do capim gordura

Pois... não é bem um lago. Trata-se de um buraco deixado por máquinas que escavam argila. Aí, a mil metros de altitude, o lençol freático aflora e... nossa água de beber pode ser contaminada e evaporada! Essa é a área da nascente do Rio Uberabinha, cercada por um mar de canaviais e muito descuido.

E cadê a ótima notícia? Está aqui, quentinha: vamos lutar para criar nessa região uma área de conservação, que interessa também aos municípios de Uberaba, Sacramento e outros mais. Estavam lá a Secretária de Meio Ambiente, Raquel, o vereador Baiano, geólogos, biólogos, geógrafos, agrônomos, a galera animada do Colégio Messias Pedreiro (com a professora Elaine e o menino Pedro) e outros e outras e... o humilde digitador deste blog.



E vamos todos cuidar dessas nascentes!



Humilde, mas não tímido, pois de repente inscreveu-se ali mesmo entre murundus e covoais e deixou seu recado. E foi mais uma fala de cidadão que bebe água ou de um vivente que quer respirar ar pelo nariz (Caetano de novo). Ou seja, disse no improviso: não podemos aceitar a polarização midiática e aldo-rebelista, pois há muito mais que agronegociantes e ambientalistas de carteirinha; a grande sociedade antenada e organizada, que está de olho na discussão do código florestal. Sim, consumimos açúcar e soja e queimamos álcool no carrinho mil, mas... será que precisam chegar o trator até atolar no brejo? Tem que derrubar todo o cerrado, mesmo onde não dá para plantar? Não, não pode ser assim.

#############################

O filósofo do cerrado apontou um capão de mato, que sobrou ao longe e comentou que aquele chão está coberto de árvores há milhões de anos, sem jamais se cansar, ao passo que a área da cana precisa "descansar" a cada seis anos, mais ou menos. E descansa carregando pedra, ou soja, digo, ou seja, com uma lavoura de soja ou milho ou uma até bonitinha, de flores oleaginosas. Mas, atenção, galera! Concluindo: há um livro por aí, com título sugestivo: "A Terra não está nem aí", se a vida acabar neste planeta. Então é nosso o interesse em manter viva a vida.  

Em alguma passagem bíblica, lemos que lá de cima o criador nos vê como gafanhotos. Então, é isso: não podemos ser uma praga a mastigar as florestas e manguezais e cerrados. Nem aqui, nem no Egipto.

=====================

E cuidado, camarada, para não ser atropelado, pois tu tá podando na faixa!



De olho em Brasília, galera!