quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Deixa o homem aposentar!

Todo apoio a Sua Santidade, meu ilustre xará Bento XVI. 

E que ele não dê ouvidos a essa lenga-lenga toda, à  imprensa que só especula e desconfia. Chega disso. Genug damit!

Primeiro, adivinhei o nome que Joseph Ratzinger iria escolher. Do nada, para quem acredita em nada, eu tirei essa: o próximo papa vai se chamar Bento XVI. E acertei. Depois os colegas, pasmos, me disseram que ele faz aniversário em 16 de abril. Bento XVI nasceu no dia 16. E eu também. Aí pensava – e ainda penso – em promover um almoço de aniversário conjunto, um churrasco em Castelgandolfo. Eu cuido de temperar a costela minga e ele vem com cerveja bávara, tipo Paulaner ou Einbecker. Agora vai ficar mais fácil, na casa do irmão Georg, de repente.
Nessa brincadeira, sempre respeitei  Sua Santidade e me identifiquei mais e mais com nosso Papa. Também em questões acadêmicas, pois temos um interlocutor comum: o conterrâneo e malungo dele, Habermas.

Nosso padroeiro comum,
que amansou aqueles vikings broncos.
Agora, quando muitos colegas se admiram de meu plano de aposentadoria, para breve, o ilustre Xará nos surpreende com o anúncio de sua renúncia. Ele vai parar de trabalhar seis semanas antes que eu. Beleza. A diferença: ele tem 28 anos de estrada a mais. E podemos imaginar o cansaço em que se encontra. Haja paciência para tanta oposição dentro e fora da instituição.

O que era aquilo, companheiros?
Diante da onda de boatos e aluguel da imprensa, tivemos que gritar há uns dez anos: Deixa o homem trabalhar! E Lula trabalhou e ainda tem influência. E o país vai indo bem, obrigado.
Agora é hora de dizer: Deixa o santo homem parar de trabalhar!
Creio, de fato, que o Papa teve essa idéia em Cuba, ao ver a cena duplamente triste: Fidel velho e decadente ainda quer mandar e ler longos discursos e – pior – passa o comando ao irmão, que tampouco  foi eleito.

Agora, a renúncia de Bento XVI, no melhor espírito de abnegação cristã, deveria servir de exemplo e inspiração a muitos presidentes e políticos em geral. Chavez, Sarney, Bashar Al Assad, Cameron e muitos otros chicos malos deviam simplesmente pedir pra ir ao vestiário e nunca mais voltar para o jogo. Uns por serem impostores, outros por causa de sua crueldade e outros simplesmente porque já cansamos de suas caras.
Não é à toa que esses dirigentes, sem convicção religiosa, se acham instados a falar sobre a renúncia do Papa; no fundo, apenas manifestam seu estranhamento diante dessa saída que nao adotam: sair do trono.  E como nao se dispõem a passar adiante o cetro, começam esses tantos e tontos dirigentes, com o apoio da imprensa, a levantar suspeitas e malícias, quando na verdade, basta um motivo: Cansaço. E o xará sabe que a sé nao ficará vacante por muito tempo. Ele conhece bem os bastidores e os colegas do alto clero.

No mais, é melhor nao perdermos  tempo com especulações e torcidas. Que os cardeais cheguem a um consenso (depois de um papa polonês e um alemão), ou, em termos da casa, que o Espírito Santo tenha clima tranqüilo para soprar onde queira.
Caro Xará Bento XVI, fique trankilo e tenha uma bela vida de aposentado, sem vocação para o martírio sob a burocracia e a opinião pública reduzida a fofoca. Viel Erfolg! Bleib gesund!

O Santo Padre entrou na onda do twitter.
Esta poderá ser sua última mensagem para a galera
da fofoca digital que não tem mais o que fazer:

"Fechem a matraca!"

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Meu Castelgandolfo seja ali...

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