domingo, 22 de julho de 2012

VENDE FRANGO-SE

Pega leve nas férias, tio. Até porque a moçada ficou ali na rua até clarear o dia. Vodca e funk. Aquele tema até que pega bem: "ela não anda; ela desfila". Quem já viu uma beldade digna dessa distinção, sabe que a graça vai além da beleza e do rebolado... Ok, tchurma - da escola dominical, de repente - vamos às placas, ao estoque da gaveta reunido desde a desova anterior.
Jó era chamado de Job. Haja paciência com tanto remendo!


Aqui não se trata de zoar do nosso irmão, o borracheiro dia e noite. Há um deslize aí no "voconizo", mas quem é que não reduz vogais? Na fala, "aumento" vira "omento", e "caixa" soa "caxa". E sua mão sua. Café pequeno. E nem é a famosa piada da era do rádio: a alfaiataria "Aguia Dorada" devia ser "agulha", etc. A novidade aqui é o contexto bíblico e profético. Já vimos - Maúra and me - que esse fenômeno se aplica com muita freqüência em panos de prato, silkados, brindes do gás. Não se sabe bem o motivo, mas o tempo verbal futuro do presente parece pouco pomposo... Daí surge o futuro do profético, que consiste em ampliar a forma verbal flexionada, inventando algo entre o radical e a desinência. Exemplos: sejarás, tenharás, ponharás, etceterás. A hipótese pode ser popperianamente alargada. Por exemplo, fatores sociolinguísticos, como a proximidade entre línguas diferentes, nas fronteiras. Em Porto Alegre, um pastor improvisado sobe em um caixote e prega: "Meus ermãos, nós estemos neste mundo, para..." Mundo mais irmão: isso, em João Rosa, daria mesmo um ermo grande demais da conta, siô.




Pirata merece respeito.

Com paciência de Jó, seguiremos atentos a placas e inscrições interessantes. Se nos fizerem rir, ótimo. Pois pensar não dói, mas cansa. A capa do CD pirata é mole, de papel e saquinho plástico. É o freguês que(m) devia ter orelhas e, debaixo delas, ouvidos bem afiados para escolher o gênero musical. Mas cuidado com o preconceito. Cada um acha estranhos a comida, a música e os deuses dos outros. Essa é uma cena de beira de estrada. Ao dirigir, para não dormir ao volante, vale tudo e, de fato, tomamos café forte e ouvimos de bom grado o bate-estacas dos DJ e o forró-malícia dos geniais Caju e Castanha. Caçarola? Só se tumá uma na praia cearense... Em tempo: em 2001, um pianista executou composições de Nietzsche. Em BH. Um dia voltaremos a isso. É que o músico falou algo sobre orelhas pequenas. Devíamos ter orelhas de rato para ouvir sutilezas próximas ao silêncio, tipo concerto do octogenário e ranzinza Xoão Xilberto.

Agora, na civilização urbano-industrial e dependente de motores, os bípedes implumes modelo 2012 vem equipados com marcha a ré. Em breve, pagando bem, pode-se desfrutar de uma câmera de ré - o fetiche do momento, numa era em que os parachoques de plásticos foram integrados e pintados na cor do veículo. E sem IPI.
NÃO TROCAMOS NOIVOS!
 Atenção senhoras noivas! A instituição do matrimônio é séria e não inclui test-drive. Confiram sua mercadoria ainda na fase do namoro. Os noivos estão aí na vitrine. E nem adianta inventar proposta do tipo troca-se um noivo por dois ex-maridos. Essa união é tão indissolúvel quanto bonecos de massa biscuit. Noivas em açúcar refinado. Noivos de café solúvel. Sogras, manteiga derretida. 

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(To be continued.)

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