domingo, 20 de março de 2011

A dieta do filósofo, no Bodódromo

Dois eventos fizeram esse cabra do cerrado admitir que, sim, era e é filósofo, um filósofo: a leitura corrida do livro "A dieta do filósofo" & a homenagem recebida outro dia de alunos formandos. Se ele já seguia a dita dieta antes de ler o livro, pensou ou "notou" - como relata Renatus Cartesius - que era apenas racional comer menos toucinho ou nenhum, evitar embutidos e roer cenoura enquanto prepara a costela minga. Ser pelo menos razoável à mesa e na cama - e dever-se-ia acrescentar: no parque do Sabiá! Não correr demais; aquela caminhada básica. O livro do Watson merece um capítulo a mais, ao lado do comer, do correr e... antes de se preparar para la muerte: sugestão dos leitores é incluir viagens na dieta. Pois foi viajando por aí que o filósofo do cerrado encontrou essa placa, em Petrolina, às margens do Rio São Francisco.
A dieta do filósofo do cerrado não exclui (ainda) as carnes, que ele não disfarça com o termo genérico "proteína animal". E esse é o endereço de uma quantidade de restaurantes que servem quitutes feitos com carnes e miúdos de cabrito. Quem não come carne, pode apreciar macaxeira, queijo de cabra ou mesmo alguma erva que o próprio cabrito coma. Sem ofensa. Nem aos vegetarianos e nem aos animais.
Uma solução também razoável é não ver como são feitas as leis, nem visitar frigoríficos. No mais, é pedir desculpas aos animais não-humanos e evitar a crueldade.
Hipocrisia? Nem tanto. Nesse filme soou simpática a solução.
O guerreiro precisa cruzar o deserto para devolver aos deuses uma coisa estranha que caiu do céu, uma garrafa vazia de coca-cola. No caminho, bate a fome e ele precisa caçar. Anestesia um bicho do mato, com um tipo de curare em zarabatana e vai ao ouvido do coitado dizer a fórmula fixa: "Eu sinto muito, mas minha família precisa comer" e pimba, dá uma pancada de misericórdia em seu jantar.

E é sempre assim. Achamos curiosos os rituais dos outros, lá longe, bem como achamos estranhas as comidas e danças alheias, mas não costumamos a encarar os nossos próprios comportamentos.

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