terça-feira, 25 de outubro de 2016

PARTIDOS SÃO COMO EMPRESAS

Vamos atualizar um pérfido perfil e defender, por meio de rápidas ilustrações, uma tese.

A tese: partidos e empresas se parecem. Neste regime de democracia formal financiada pelo capital, os partidos políticos se equivalem a empresas. Quem são os clientes? Os eleitores ou os investidores, rentistas, golpistas? Não sei responder (sem refletir) e nem devemos levar muito longe nenhuma analogia.


Por  enquanto, um traço comum: empresas e partidos iludem a população eleitora & consumidora, pois atendimento ao lesado é uma balela. Bullshit.

SAC é parte do esquema para tornar menos agressiva a imagem do capitalista explorador. Public relations, engodo.

Não podemos morder a isca; o que nos define é o trabalho e não o consumo. PROCON é desvio de rota na organização das classes trabalhadoras.

Anyway, mais como teste que por convicção, eu já tentei me comunicar com empresas e políticos. Aí vai o resultado:

1) Uma loja do supermercado Carrefour, em Uberlândia, pouco depois da inauguração, respondeu de fato minha carta. Assunto era: sugestão de instalação de um semáforo na avenida, para maior segurança dos pedestres/consumidores (e curiosos que iam ver lagosta no gelo). Ok. Funcionou. Simpáticos.
Carrefour é cruzamento
(mas em France tem disso: todas + outras)

2) Uma fábrica de cervejas não respondeu minha carta. Eu queria contribuir de graça para evitar uma simbologia ambígua e evitar cortes nas mãos de bebedores de cervejas (eu, inclusive). A seta curva impressa na tampa da garrafa sugere que se possa abrir o recipiente de vidro sem chave, com um giro feito com a mão. As garrafas long neck dispensam abridores, embora demandem, às vezes, a barra da camisa - mas os litrões não podem ser abertos com tanta facilidade. Enfim, nem todas. Negativo. O SAC da Ambev nunca respondeu minha carta. Tudo bem, continuo a tomar minhas bramas de milho, geralmente de latas vermelhas (tsss!...), para a dieta de manutenção, entre uma Weizen do Jairo e uma Ipa do Ita.
Redondamente enganado pela ambiguidade

3) Um fabricante de carros franceses teve a gentileza de responder minha carta. Eu reclamava de um comercial em que um motorista abandona seu carro velho de marca qualquer, ao pegar carona em um veículo novo da marca do anúncio (já me esqueci qual das três marcas). Problema: ao final da peça publicitária, ao fundo, o carro abandonado é destruído pelo fogo. Como assim? Queimar o carro velho e o pasto e a floresta?! A empresa jogou para o setor de marketing, sob uma suposta liberdade de criação e expressão, etc. Ok. Resposta meia boca...

Não se pode queimar, literalmente, o estoque

4) Uma loja da rede Extra, logo após inauguração em Uberlândia, não respondeu nenhuma de minhas três mensagens: a) por favor, vendam farinha de mandioca de nossa região, do jeito que apreciamos; b) por favor, vendam cachaça de verdade, do jeito que mineiro faz no Norte de Minas; c) por favor, deixem-me levar um caixote vazio de bacalhau, que vai servir de mesa ou estante muito style, etc. Negativo, negativo, negativo. Antipatia.

5) Escrevi cartas a quatro senadores brasileiros. Conforme já registrei aqui, em blog de 30 de abril deste 16, só uma secretária (ou máquina) do Sr. Perrela acusou recebimento, quando o assunto urgente era o código florestal. Agora, na última tentativa, apelei com a maior diplomacia ao Senador Cristovam Buarque, para que votasse contra o impeachment de Dilma. Não respondeu minha carta, mas deu de ombros e sujou as mãos e a ficha: vai para a gaveta dos golpistas. (E Buarque já lamenta que algumas crianças poderão ficar sem escola, com os cortes anunciados pelo Impostor Michel Treme. Umas 600.000 mil crianças sem escolinha. Alguns milhões de brasileiros sem comida, outros milhões sem bolsa de pesquisa, aposentados apreensivos, etc. Ora! Pois que saia fora dessa farsa! Que lute contra a destruição do país!)


O que mais? Ah! claro: na sociedade do espetáculo, as eleições norte-americanas e a operação morosa da PF aqui são reality shows. Mas isso é outra tese. E isso cansa.

Um comentário:

Francielle Vieira disse...

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