sábado, 24 de março de 2012

MAS QUEM NÃO É CHICO?

Adeus, xará!

As últimas badaladas notúrnicas

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E prometo passar a segunda metade da vida ouvindo de novo e sempre aquela fita cassette, sucesso desde 1979 na república da rua Indianópolis. Com uma boa cachaça na conversa boa, tá sabendo? Ô, Geraldinho, o que é que eu tô fazendo neste post, bicho? E cadê o Grilo, o “seu Mechelô”, Donana e José Bonifácio?
Alguns colegas me chamam de Bento Carneiro: por exemplo o Ed Morte, na Paraíba. Ou o Mateus, aqui da UFU, agora lá no elenco celeste das meias-duplas caipiras, onde já moram dois Trapalhões. Às vezes eu retribuía o cumprimento com um “Olá, Kalunga!”, sem apelar e de boa.
Mas se querem saber, me identificava muito é com o Tavares. Não tanto pelo bom gosto etílico (uísque nas pedras – olha a cascavel!)  e nem pela esperteza de quem não tinha salário de ministro Simonsen pra bancar o vício. E nem nada.

Mas quem não é?
Sucede que o Tavares é, dentre os duzentos personagens de Chico Anisio, o mais interessante para a filosofia. Sua frase “sou... mas quem não é?” deve figurar à altura das confabulações de Heráclito e de Hamlet sobre ser ou não ser. (Uma vez ele exagerou nas doses, me disse o Lilico, o Bé Ribêro, e bolou as trocas: “é... mas quem não sou?”)
Chico deixou de ser, cansou de sofrer em hospitais e andava estressado com a matemática: como dividir 200 tipos com sete viúvas? Mesmo com 6 daria dízima periódica. Espero que o Bento Carneiro não fique com a Zélia. E que o Tavares não sofra de sede, sem seu scotch.

No fim da estrada, uma tropicália psicodélica: é muito justo, justíssimo!
Anísio foi capaz de montar e de manter uma cidade, uma city – universal em sua aparência sertaneja. Sua capacidade musical, ao lado de Arnaud Rodrigues, foi além da paródia. Deixaram belas canções, meio perpendiculares ao tropicalismo. Um cearense tem que ser muito fera pra bancar o baiano – ou imitar a gaúcha Salomé.   
E o cara ainda escreveu? Não teve vergonha de ser tão talentoso? E achou tempo. E mereceu prefácios de gente graúda. Não é mentira, Terta.

Do ponto de vista dos Gigantes Chico e Ziraldo
Por fim, o fim e outra identificação: o contador de causos Pantaleão. Eu queria ser aquele coronel, rodeado de ouvintes atentos – no tempo dos perigos e valentias. Antes da televisão.

-Verdade!

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá Bento,

parabéns pelo comentário sobre o Chico, vou tomar a liberdade de compartilhar no facebook!

Ainda garoto eu li um livro do Chico que nunca mais vi, me parece que o título é "Teje Preso". Você conhece este?

Abraços,

Paulo Irineu