Os argentinos se esforçam - com razão, admita-se - para provar que o Borges deles é, de fato e de direito, um genuíno filósofo. No Brasil, é infundada qualquer suspeita de que do mato torto e cascudo do Cerrado possa sair um coelho digno de Lewis Carroll. E preá não vale na briga de cachorros grandes.
O Filósofo do Cerrado visitou Buenos Aires e garante: eles não tem tantas bibliotecas e livrarias assim, não. Verdade é que agora o Aba Poru é deles. E a cerveja Quilmes é nossa. Muito boa a Quilmes Bock. Mas ali, diante da casa onde morou Jorge Luis, na rua que leva seu nome, ocorreu um insight. Ao ver o palacete de tijolinhos à vista e linhas angulosas, onde funciona o salão de cabeleireiros Maldito Frizz, teve o subscritor (ops!) deste blog uma revelação apofântica ou epifânica, tanto faz: o filósofo do cerrado é um dos seres imaginários do livro do primo Jorge Luis Borges. O Macaco da Tinta, talvez. E macaco é o signo chinêsdo signatário.
Aqui você não encontra "resumo de trabalhos escolares", mas pode ler rapidinho sobre essa figura escrota:
[O trecho está em O livro dos seres imaginários, editora Globo, 1996, página 96. A foto de Borges saiu no livro História universal da infâmia, editora Assírio & Alvim, Lisboa. Tradução de um certo... José Bento]
----------------------------------------------------------------
TRANSLATION: The author of this blog always tried to make fun with his famous "cousin" Jorge Luis, who looks like old uncle Otavio. This one had also a kind of nabokovian preference for Lolitas - and died unmarried. He was also a gentleman, but had left no land heritage for his nephew, who has then not enough money and influence to become a diplomat and leave in Genéve or Paris. But Buenos Aires could bring him some light: our Savannah Philosopher had a very revealing insight just in front of the house where Jorge Luis Borges once lived, now a hair saloon called Maldito Frizz: the Subsrciber of this blog is much of a "imaginary being" such as many of the ones collected by Borges and Margarita Guerrero. The argentinians struggle to prove that JL Borges was a genuine philosopher. And they are right. Count on me. In their neighboring country it's a waste of time to expect that out of a dry bush of the cerrados a rabbitt could ever jump as one did in Lewis Carrol's tale. This unkown philosopher could for instance be the "monkey of the ink" [Wang TA-hai, 1791] and this ink drinking figure is also the philosopher's chinese sign.
Macacos me mordam! Nenhuma visita a este blog em um dia... Vamos ver se a imagem atrai mais que o texto. Monkey see monkey does. Monkey see, se manque.
----------------------------------------------------------------------
Ink Monkey, 1983
El mono de la tinta
ink and watercolor on paper / tinta y acuarela sobre papel
9 7/16 x 13 3/8 in (24 x 34 cm)
© 2003 Francisco Toledo / Licensed by VAGA, New York, New York
----------------------------------------------------------------------
Ink Monkey, 1983
El mono de la tinta
ink and watercolor on paper / tinta y acuarela sobre papel
9 7/16 x 13 3/8 in (24 x 34 cm)
© 2003 Francisco Toledo / Licensed by VAGA, New York, New York
Um comentário:
Caro Bento, agora entendi porque não corre de blog, achei que estava fazendo mais um dos seus trocadilhos.Estive lendo suas postagens e bateu uma saudade boa, das aulas de filosofia, das conversas na ágora que agora não existe mais, das aulas debaixo do pé de manga. Enfim, voltarei mais vezes. Abraços
Postar um comentário