segunda-feira, 25 de outubro de 2010

IPÉ VERDE & SABER-SE O QUE SE É

Esta árvore não tem o naipe de um ipê verde. O ipê verde fica desprezado, pois suas flores não são nem amarelas e nem róseas. O ipê verde tem esse nome por causa de suas flores, que nem notamos. Eu, que fui criado "na saroba e na margaça", nem cogitava tal nome. Mas via sempre duas árvores sinuosas lá na beira do Rio Tijuco, gêmeas simétricas. E planejava amarrar no entremeio uma rede de dormir, qualquer dia que amanhecesse bem cedo. Chamava só de árvores. 
Pois só agora ao ler e ver o livro de Frederico Ozanan, juntei o nome à figura: ipê verde. Graças ao fotógrafo e à legenda da imagem. E não é que ali no trecho de Tapira para São Roque de Minas, bem no flanco norte da Serra da Canastra, ali vi e reparei uma baita dessas árvores com flores. Flores verdes, sim. Eu também tirei fotos, pois esse é nosso atual critério de certeza e de revelação.

Por enquanto, fica assim: quem quiser ver belas fotos do CERRADO entre no site do Fred: www.fredericoozanan.com.br e/ou compre seus belos livros.

O lance do filósofo é cá pra nóis diferente, mas nem tanto; não chega a ser um "ganz Anders". Menas. Só que depende de um reconhecimento. Não basta adequar uma etiquetagem, tipo ligue a coluna da esquerda de acordo com a da direita, pois não há uma correspondência biunívoca entre coisas e conceitos. Como diria João Rosa: "se há o nome do bicho, é porque existe o bicho nomeado". Mas não basta, pois qual bicho se sabe como tal, com nome  e tudo? E não haveria nomes ociosos?

O filósofo do cerrado já passou por essa refrega, a do auto-reconhecimento. Podem crer. De modo que, resumindo a prosa: o ipê verde dá flores verdes e este locutor que vos falha é filósofo. Pelo menos, está se achando. E olha que nem todo verde vai ficar maduro. Já é, xará.

Um comentário:

Anônimo disse...

O Ipê deve ser preservado no cerrado!!!