quarta-feira, 23 de abril de 2025

69 É MANDALA: senilidade às favas

 Eu levei na farra as brincadeiras de parentes e amigos, eles e elas, sobre o número, a marca, o giro de girinos tipo "ing e yang", fractais minimalistas. Para complicar, algum Dworkin teorizaria ao conversar com seu porco-espinho de estimação: "sixty nine is the perfet image of kind of simultaneous equity..."

Se eu fosse uma pickup: FORD 1956, "flipnose"

O que li e o que bebi, para lembrar o livro do marido da médica - e olha que ela sempre desfilou de Jaguar na noite carioca, com alguns frascos de hepatovis na bolsa, etc. Livro do cartunistas do Pasquim: Confesso que bebi. Neruda se revira no túmulo, esperando um gole pra si e outro para o Santo Tiago. 




202

 ...na cola de outro Moisés, 

agora, com anexo aos “Dez mandamentos”

 

 

FILOSOFIAS DA VIDA VIVIDA:  Todos os vivos estão no grupo de risco. Viver é arriscado. Mas depois de uma epidemia, tenho que admitir: dá medo pegar uma terceira dengue ou bala perdida.  

 

Quanto tempo quero e espero viver? A pergunta ganha um novo sentido agora, quando entrei no terceiro terço dessa lifetime...

 

O que vier é lucro, sobrevida ou, como diz o Julio Cabrera, no seu intrigante livro de ética de cabeza pra bajo: Não-suicidas não são exatamente sobreviventes...

 

 

Aqui está uma tabela para animar os calouros da filosofia. Não se trata de medir QI e nem saber se você joga xadrez ou sabe falar de vinhos. O importante é viver muito.

 

E aqui cada um pode se situar em relação aos filósofos que já partiram deste mundo sublunar. O número à esquerda indica o quanto a figura viveu. A cada ano – se Deus lhe der vida e saúde – movimente uma casa para diante. E não cante vitória muito cedo, pois não há game over na eternidade.

 

Km 69. O filósofo do cerrado, que também acredita em geração espontânea, no éter e foi, sim, preceptor de Alexandre, seu irmão mais novo cinco anos, a quem ensinou golpes de capoeira e pesca de lambaris, está em 2025 na boa companhia de...?

  

Faça sua própria classificação. Veja como está seu ranking. Não custa nada. E não é o tipo de mensagem que precise passar adiante. Vá adiante você e não se enrole na vida!

Importante é manter-se vivo e tentar chegar aos 103 anos. Para isso, não precisa ser arquiteto de JK, mas sem dúvida a receita passa pela combinação de “verdad y método”.

 

Que bom poder ficar ao lado da bela Hannah... e reler seus perfis para tempos sombrios. Creio – enquanto aguardamos, hoje 23 de abril de 2025,  as exéquias do querido Papa Francisco – que ela o chamaria também de “um bom papa”.


E não se confundam nem se enganem.
A Daryl Hannah também está quase lá (cá) 
aos 64 - fumando ou não.


 

 A LISTA DO PRAZO DE VALIDADE

 (ver no fundo da lata)

...

29 NOVALISGeorg Philipp… (1772 - 1801)

38 LURIA, Isaac  (1534 - 1572)

40 LASK, Emil [1875-1915]

42 KIERKEGAARD, Søren Aabye - (18131855)

44 WHORF, Benjamin Lee (1897-1941)[1]

46 BAUDELAIRE[2], Charles. [1821- 1867]

47 LUXEMBURGO, Rosa de (1871-1919)

48 BENJAMIN, Walter [1892-1940)

49 AUSTIN - (Lancaster, 1911 - Oxford,  1960)

52 FICHTE, Johann Gottlieb [1762-1814]

53 MERLEAU-PONTY, Maurice (1908 - 1961)

54 DESCARTES, René (1596 - 1650)

56 NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm (1844 – 1900)

56 WEBER, Max [1864-1920]

58 FOUCAULT, Paul Michel (1926. – 1984)

58 MAQUIAVEL, Nicolau (1469 – 1527)

59 HERDER, Johann Gottfried von (1744 - 1803)

59 DURKHEIM, Emile. [1858-1917]

60 SIMMEL, Georg (1858-1918)

61 HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich [1770 – 1831]

62 ARISTÓTELES (384 a.C. - 322 a.C.)

62 WITTGENSTEIN, Ludwig Joseph Johann - (18891951)

63 ADORNO, Theodor (1903 – 1969)

65 BARTHES, Roland (19151980)

65 SAINT-SIMON, Conde de, (17601825)

66 KOJÈVE, ALEXANDRE (1902 - 1968)

68 HUMBOLDT, Friedrich Wilhelm Christian Karl Ferdinand (1767- 1835)

 

 

 

69 MAIMÔNIDES, Moisés: (1135-1204)

 

è 69 FILÓSOFO DO CERRADO (born in 1956, and counting…)

 

69 ARENDT, Hannah (1906-1975)

70 BRETON, Andre – (1896 – 1966)

70 LEIBNIZ, Gottfried (1646 - 1716)

71 LUHMANN, Niklas (19271998)

72 BOURDIEU, Pierre: (19302002)

72 SCHOPENHAUER, Arthur (1788 – 1860)

73 BAUER, Bruno (1809-1882)

73 HOLDERLIN – Johann Christian… (1770 – 1843)

73 KOSELLECK, Reinhardt [1923 – 2006]

74 DERRIDA, Jacques (19302004)

74 KUHN, Thomas S. (19221996)

74 LYOTARD, Jean Francois: (1924 —1998

75 PEIRCE, Charles Sanders (1839 - 1914)

75 SARTRE, Jean-Paul... (19051980)

75 ENGELS, Friedrich - (1820 - 1895)

75 MARX, Karl [1818, 1883)

76 RORTY, Richard: (1931 - 2007)

76 VICO, Giambattista (1668 - 1744)

77 FREGE, Friedrich…(1848 - 1925)

78 BACHELARD, Gaston (1884 - 1962)

78 DILTHEY, Wilhelm (18331911)

78 HORKHEIMER, Max (1895 – 1973

79 SCHELLING, Friedrich… [1775-1854]

80 KANT, Immanuel (17241804)

82 FREYER, Hans (1887 - 1969)

82 HAMANN, Richard Henry (1879–1961)

82 BERGSON, Henri-Louis (Paris, 18591941

83 FREUD, SIGMUND (18561939)

84 PIAGET, Jean. (1896  -1980)

84 SWEDENBORG, Emanuel  (1688 – 1772)

85 SCHOLEM, Gerschom: (1897 – 1982)

86 DAVIDSON, Donald Herbert (1917 – 2003)

86 JASPERS, Karl Theodor: (1883 - 1969)

87 HEIDEGGER, Martin [1889 – 1976]

88 DUMÉZIL, GEORGES (18981986)

89 LÉVINAS, Emmanuel: (19061995)

90 HELLER, Agnes (1929-2019)

91 HOBES, Thomas (1588 – 1679)

92 POPPER, Karl R. (19021994)

96 BLANCHOT, MAURICE (1907 -- 2003)

97 SCHMITT, Carl - (18881985)

100 LÉVI-STRAUSS, Claude (1908-2009)

102 GADAMER, Hans Georg. [1900 – 2002]

 

A tabela ainda está sendo testada. Já passamos da fase de laboratório, com ratos e homens (Of mice and men).  Aos poucos, alguns escritores serão substituídos por filósofos com pedigree, antes que alguém entre com recurso. Por razões estéticas, seria bom dispormos de uma tabela que exibisse pelo menos um filósofo para cada idade. E quem souber de um pensador, tipo James Dean, que tenha vivido rápido e morrido cedo, favor enviar comentário. Hasta la vista, porquinho Babe.

 

LIVROS QUE ANDEI LENDO EM 2024:

 

A estrada (Cormac), segunda leitura para estudo de estilo de redação

Cicero, sobre Amizade e Envelhecer (e, claro, velhos amigos, indo)

Interiores (Maíra Selva) fui ao lançamento, maio, Sampa

Uma palestra é uma missão (Edilson Lopes) treinamento

Latim em pó, (Caetano Galindo but...not quite - me neither)

Contos (meio relendo, coletânea replay), José J. Veiga

O arquiteto e o imperador da Assíria (muito trash, nojento, não passei pro filho herdeiro e arquiteto Itamar)

Fronteira (Cornélio Penna, releitura e estudo – admiro mais agora, ao ler com tempo)

Vozes da Cidade: rádio... em Udi (Newton Dângelo)

O fio da memória de um fio dos padre (JTS)

Histórias que não aguento mais contar (JTS)]

 

RANGO E BIRITAS

 

O reino dos céus não é comida nem bebida”, mas... até lá, nada de passar fome ou sede neste mundo destroçado.

 

A dieta de manutenção tem tido menos cerveja e mais vinho, desses chilenos, argentinos e gaúchos por volta de 6 dólares, tintos demi sec, meistens. Uísque é aquela dose regulamentar vespertina que me faz lembrar do dândi ministro banqueiro
Simmonsen: uma dose on the rocks e um puxa-saco por perto. A novidade é, tem sido, a exclusão das carnes: a patroa e eu paramos de comer carne há exatos 373 dias. E estamos bem.  
E sem entrar em grupos ou fazer campanhas contra o bife ao lado da gondola de frios. Nada. É só deixar de.

 No mais, como diz o xiru missionero: peleando no más!



 

 



[1] Acrescento aqui em 2018 o Whorf, seguidor de Sapir, que não é bem um filósofo. Mas quem o é? Esse era um engenheiro de segurança que visitava indígenas, que falavam outra língua e...viviam em outro mundo, etc. Ora, isso interessa à filosofia. E Wittgenstein também era engenheiro...

[2] Sempre me lembro aqui do Bode Orellana, criado por Henfil. O desenhista viveu só 44 anos, mas o personagem das tiras, que comia livros, sobreviveu ao animal de estimação, falecido na casa do cantor Elomar em 1976. Decerto comeu umas páginas de Sidney Sheldon.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

NOTAS SOBRE LITERA...DURA '93

 


- o ovo da serpente já estava no ninho há muito tempo -

Isso aqui dá um bom roteiro para um documentário de curta-metragem. Do tipo que começa leve e ingênuo, em tom de impressões turísticas e familiares. Mas, acreditem: a paisagem diferente não me fez esquecer dos problemas e compromissos com nosso Brasil precioso.

Ao organizar de novo minha biblioteca, consegui despachar, doar e enviar para a cooperativa de reciclagem uns duzentos quilos de xerox, cadernos, livros e outros papéis da gaveta, tipo “miscelânea”. Isso foi ontem, em fevereiro de 2025. Na pasta com documentos e cartas entre este bolsista e o DAAD – muitas assinadas pela simpática Dona Helga Wahre, encarregada de latinos em geral – encontrei umas doze páginas manuscritas amareladas,  de bloco de pequeno.

As notas registraram impressões iniciais, sobre paisagem, costumes e curiosidades da língua alemã, desde o vôo de ida, pela Lufthansa, até a instalação em Kassel e uma visita a uma família na Baviera. Mas o leitor poderá se surpreender, ao final desta postagem de blog, com uma nota tristemente premonitória para a política e a vida no Brasil. O ovo da serpente já estava no ninho, um quarto de século antes. E o título da reportagem, que me pareceu então exagerado – “Um país à deriva, rumo ao suicídio” – veio a ser válido para nosso quadro histórico recente. Confiram, mas não percam o passeio que vem no início. E é para “não perder” as notas em papel pequeno e amarelado que me dou ao trabalho de transcrever e publicar o que se segue. Obrigado pela visita ao nosso cerrado...

22/7/1993 – São Paulo, quinta. Doze horas de espera e sono e preços altos. Mais confusões entre Capes e Varig. Na passagem não consta que sou bolsista Capes/DAAD. Com troca de ironias, consegui provar. A chefinha liberou um quilo, aliás 41. Revista só para armas. Canivete vai.

Saímos de São Paulo às 22. Boeing 747-300, um Jumbo enorme. Viajamos na asa esquerda. Enorme asa; nada para ver. Uma Sônia (Sonja?) viajou do lado, para provar que alemão é simpático. KV deu-lhe um banho de vinho tinto por culpa de um filé mal passado. A moça se levantou, ocupou outro banco e, no outro dia, mostrou sorriso. Escrevi pequeno bilhete lamentando o ocorrido e a interrupção de um bom papo com mais espanhol que alemão. De graça, psicanalisei KV... que, como prova final, ainda dormiu atravessada em três bancos. Vôo sem escalas, devendo ter sobrevoado o Saara e Argélia. Dormi mal, como em ônibus. Sede besta, bexiga cheia... balanços e onze horas de ruídos das turbinas ao lado. Ficamos longe da tela, mas o filme era ruim. Vários canais de música. Logo ouvi Debora Blando cantando Maçã [de Raul Seixas]: “O ciúme é só vaidade; sofro, mas eu vou me libertar”.

23/7- sexta: Frankfurt a Kassel.

- Belo pouso! O carrinho da bagagem é massa, com freio, três rodas. Beleza! WC, Geld Wechsel [trocar dinheiro], informações sobre ir para a Hauptbahnhof [estação central]. “Ich habe ein paar Schwein gekauft...” [comprei uma porção de ‘porcos’, ou seja, fiquei rodando em volta uns minutos, feito peru bêbado...]. Como comprar o bilhete do metrô? Alguns americanos também com dificuldade. O jeito é especular aos transeuntes.

Grande coincidência. Ao tentar falar com Ezat [palestino, amigo de um amigo], disquei sem o prefixo 0561, Kassel, e atende uma moça portuguesa de Frankfurt, com certeza... Ora, pois! Puxou papo. Os orelhões não devolvem troco. Aqui precisamos de bolso grande para passaporte e moedas.

Metrô para a Hauptbahnhof (2,60 marcos). Ninguém pediu passagem.

Na fila da passagem de trens, mulheres de Trinidad Tobago. Bela estação. E boa viagem para Kassel, com o trem lento (100 km/h...) e barato (48,00). Um luxo para nós e era de 2. Klasse! Meu pai ia gostar. Muita lavoura, inclusive de milho. Vacas, pombo, 2 cães pretos. Cobrador super-educado, “Wie Sie wollen...” [Como o Sr. quiser...] E educados vários que ajudaram a carregar as malas e deram dicas. Só alguns bestas, como dois taxistas, que não quiseram carregar nossas malas. “Piau” nos levou a “Auf dem Stützel” (15,00 marcos. Não mais.)

Ezat quer dizer “o homem que tem tudo” e... empresta tudo ao amigo do amigo do amigo [...Felipe/ Alfredo/Bento...] Que Allah o proteja!

Sábado, 24. Bom sono. Banho quente, café.

Máquinas. Muitas máquina. Máquinas demais. Na fazenda, uma corta o capim, o feno. Outra esparrama para secar, outra faz uns rolos enormes para guardar para o inverno.

Qualquer obra de nada requer um guindaste montado, enorme (Kran).

Muito gasto de energia elétrica. Todos os fogões, torneiras, banheiros. E como aquecer uma fábrica, escola? As casas tem tantas portas, para segurar o ar quente, com borrachas iguais às de geladeira.

Muitos carros. Aí vem os avisos no rádio: 3 km Stau, 23 km Stau [congestionamento]. Wirklich! [ é mesmo!] Todos tem carros. Carros novos e tratores antigos; velhos fazendeiros mantem seus Fendt, Hanomag...

Nos Weiss: 1 moto Suzuki e 1 BMW grandonas, que foram pelo Sr. Erwin reparadas, 1 Kadett 1200 do pai, 1 Kadett de 22 anos do Stefan e uma Kombi Camping, diesel, ótima, umas 5 ou 6 bicicletas.

Desperdício: Mercedes como táxi. Já peguei 2.

Ah! A Kombi dos Weiss já foi a muitos países, inclusive Grécia, Espanha, Schotland (...) Tio Juca tinha que ver:

- cama embaixo e no teto, que levanta (como o “dragão”no livro do Cortázar), são duas de casal;

- cama vira sofá para 3 mais dois banquinhos;

- mesa;

- fogão 2 bocas (gás) + pia com água bombeada de reservatório debaixo do sofá-cama + geladeira (gás, bateria ou energia)

- motor diesel (e bom!)

- muitos armários, tudo dobrável e prático.

- leva bikes atrás

 

(...) Eindrücken [impressões]

2/8/93: Uns caras pescando no Meno, Frankfurt. Grandes caniços, vermelhos (...) na espera. Vi peixe pulando no canal de Lüneburg. Peixinho morto em Brüchlim, Ottobeuren, no Schachenbad (?) um lago onde Marcus e Andrea estreavam seu “Tornado” sob olhares da mãe Marion e do pai, filho de Frau Weinald e Herr Georg. (...)

Não só há bichos nas florestas de Bienenbüttel, como é permitida a caça, com armas. O caçador passa por um curso complicado, que inclui os hábitos dos bichos e como reconhecer uma fêmea, que em certas épocas não devem ser abatidas. Mas é sacanagem demais. O caçador fica em uma cabine elevada [jirau], com janelas de vidro. Em outra clareira, tiveram a paciência de plantar milho e outras ervas, entre cercas de tela baixa, que obrigam os bichos a irem em direção ao caçador que se aboletou na tal cadeira de espera, camuflada...

Vidro moído usado para pavimentar ruas, com brita. Aí o sapato não dura nada...

Carvalho = Eichel

Tília = Linden (unten den...)

Primeiro dia em Memmingen: comemos “Maultasche” no restaurante Hoigata.

Hunde Namen [nomes pra cachorros]: Daki, Chico, Basil, Amor. E um Katz [gato] Tapsi.

Fanta é “Orangenlemonade”; laranja é “Sinasaapel” (laranja da China, na Dinamarca)

“Bonito”, escrito na blusa de uma menina.

Herd = Schaf + Schaf =... / Herde?

“Das Ausland fängt nicht an der Grenze, sondern in unseren Köpfen” (“O estrangeiro não começa na fronteira, mas em nossas cabeças”) [Campanha de educação anti-racista, com esboço do desenho de um rosto cujos olhos estão tapados pela bandeira alemã].

Das Land / das Ausland, die Ausländer, der Ausländer

an/fangen = começar

Ich fange di Kurse an / Er fängt di Kurse an [ eu começo o curso / ele começa...

Nicht…, sondern

Nicht hier, sondern da [informe sobre onde jogar o lixo: aqui não; lá.]

1.8.1993 “Brasilien: ein Gesellschaft treibt an Selbstmord” [ Brasil: uma sociedade à deriva rumo ao suicídio” ] O título da matéria longa sobre o Brasil vem de declarações de psicanalistas. A chamada: massacre de mais oito meninos de rua, no Rio de Janeiro. Deu no jornal Die Zeit. E aproveitaram para puxar á lembrança toda a crise: PC Farias, Collor, “fuga” dos assassinos de Chico Mendes, Weltidol [ídolo mundial, etc.] O tom era catastrófico: crise geral e ruína da democracia. Citam o deputado Bolso...., que clama por uma Diktatur, sem se lembrar de que ele é milico. Os generais estão quietos, mas até quando? E (os alemães) também se escandalizam com a greve da Polícia Federal.

No mesmo jornal, uma boa notícia sobre o Brasil: uso de plantas para limpar água de rio. Mas... relacionam isso com o cólera – e o projeto tem alemães como cabeças. [Essa data anotada é o dia em que li o jornal, mas a edição é do dia anterior, 30 de julho de 1993. Hoje em dia disponível de alguma forma online em: https://www.zeit.de/1993/31/eine-gesellschaft-treibt-zum-selbstmord/seite-2]

 




TRINTA E DOIS ANOS DEPOIS E ESTAMOS AINDA E SEMPRE ENCARREGADOS DE DESTRUIR AS SEMENTES DO MAL, AS FORÇAS OBSCURAS. SEM ANISTIA.