sábado, 29 de setembro de 2012

PROVE QUE VOCÊ NÃO É UM ROBÔ



Leva-se uma vida toda para consertar as manias da infância. Mas só nos tornamos gente, depois da infância e em desacordo com ela. Sem infância, os andróides precisam de memória implantada. León e Rachel, por exemplo.
Uma versão sofisticada do complexo de rejeição & adoção é esta, que perseguia o Filósofo do Cerrado: lá pelos dez ou doze, ele costumava se achar um robô. Todos em volta ganhavam da fábrica uma propina para ficarem de bico calado. A chave de on/off ficava nas costas, entre vértebras que a mão da gente não alcança. De vez em quando, vinha um técnico e trocava as pilhas. E quase tudo era ilusão, no bom sentido do desconfiado Renatus Cartesisus.  
E quando a gente já ia se convencendo agora de ser gente, eis que vem essa máquina que digito e me pergunta isso: se não sou robô. Eu robô? Capaz...
Ora, a prova cabe a quem acusa ou desconfia: provem que eu não sou gente, que não sou  um serumano digitante e míope e meio sonolento aqui, diante da tela. Quem agüenta tanta senha? Demorei para aprender a escrever no Lattes - e já mudaram de novo o "sistema". Saco. 
Não compliquem as coisas. Ou, então... eu vou voltar para o querosene!
(Trilha sonora sugerida: "I am your automatic lover...automatic lover...", com voz de lata)

RECUPERAÇÃO DE PARACHOQUES


O Filósofo do Cerrado não quer facilitar as coisas, nem mistificar. Alguns tios disseram alguma coisa interessante e original, mas há também muita besteira na tal de cultura popular. No programa Globo Rural, a prática caipira leva um banho da ciência agrária. Bananeira de dois cachos? Besteira; eliminar touceira.
E quando Gunnar Myrdal disse que a ciência é apenas “o bom senso refinado e sistematizado”, ele devia estar pensando em seu terreiro, a economia. Ali todos chutam e alguns acompanham a variação de previsões em gráficos coloridos.
Por isso, um bom exercício para os novatos é refazer ditados e trovas populares, com suas frases batidas. Batidas? Sim, pois também a “filosofia de para-choques”  tem seu dia de funilaria.
Exemplo: “Tal pai, tal filho”. Esse baluarte do conservadorismo foi ampliado por um colega caminhoneiro, talvez para louvar esse ofício passado a três gerações, desde o FNM. Cabe refazer a frase; refrasear:
 “Tal pai, tal filho. Neto? Talvez...”
Sim, pois há séries bestas que precisam ser interrompidas. Não nos referimos aqui à nobre e sofrida profissão de motorista. Por exemplo, matar algum animal para usar uma parte dele como amuleto ou afrodisíaco. Pura besteira, maldade. Alguém precisa dizer: comigo não. Chega disso.

Estamos sem tempo para metalinguagem hoje.
(Deixemos a placa em paz)

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Podia ser pior

Vamos voltar a nossa série, em homenagem a Leibniz, o filósofo alemão que disse algo que foi entendido como “vivemos no melhor dos mundos”.  Por exemplo, essa notícia aí. Uma jornalista vendeu sua moto e gastou o dinheiro em comidas metidas a besta, em França. Ainda bem, diria Leibniz, o inventor das "mônadas" ao molho rosé. Pior seria outro caso, sem registro, exceto na memória deste blogueiro. Diálogo de drogadito arrependido, diante de câmeras, em silhueta e com voz de pato: "Cara, eu tinha um Monza novo, tunado, da hora. Aí vendi e comprei um Chevetinho e cheirei a diferença, tá ligado?"
Em breve explicaremos aqui o motivo da ojeriza de Bertrand Russell
por esse simpático filósofo alemão muito ativo e topetudo: Godofredo Bolacha
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SESSÃO SHOW DO SUPREMO

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