quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O CERRADO NO SENADO - APELO AO TRIO MINEIRO

ESTÁ NO SENADO AGORA
E EM NOSSAS MÃOS SEMPRE
O FUTURO DO CERRADO,

DO MANGUE,  BREJO, DOS CAMPOS GERAIS,
DAS VÁRZEAS, VEREDAS E DEMAIS BIOMAS
DE MINAS E DO BRASIL E DESSE MUNDÃO DE MEU DEUS
ONDE VIVEM PLANTAS E BICHOS – INCLUSIVE NÓS,
ANIMAIS HUMANOS QUE PLANTAM E CRIAM,
COMEM E BEBEM E RESPIRAM E...
VOTAM NOS SENADORES DE MINAS GERAIS:
Alô, Aécio Neves!
Alô, Clésio Andrade!
Alô, Zezé Perrella!
Esse é nosso trio de Senadores Mineiros.
Deles esperamos consciência e compromisso com a vida.
Mas como esse lance de “alô, mamãe” é da era do rádio,
podemos seguir a onda e mandar email para eles.

Aplausos desde já. Mas podemos, sim, mandar um alô para a bancada celeste - o Xará Itamar Franco, o Vovô Tancredo e o colega Chico Mendes: fiquem de olho nesse trio de senadores e mandem chuva para o cerrado. (E não deixem que o Anastasia traga para Minas os pedágios paulistas. Obrigado. Valeu.)

 Bravo! Bravo!
Não precisamos “desbravar” todo o país: algumas grandes áreas devem permanecer bravas, bravias, selvagens (selvas intactas ou, eventualmente, como reservas indígenas e naturais).
A área de produção não precisa ser ampliada. Importante é barrar a transformação de alimentos em comida de bicho e até combustível. Esse desvio é um desperdício e consome 44% do alimento produzido no mundo. O mundo já tem 7 bilhões de habitantes e não pode crescer mais. (Camisinha aí, ô galera!)
A redefinição de políticas demográficas e de segurança alimentar demanda alguma fundamentação filosófica. Mas não vamos fugir pela tangente com perguntas evasivas do tipo “o que é a natureza?” E não nos basta denunciar a conversa fiada que se aproveita de termos enganosos como “sustentabilidade”.
Mais viável é combatermos a sanha capitalista que pode destruir o mundo, enquanto isso der dinheiro. E depois os empreendedores prometem recuperar o mundo, com novas tecnologias de queimar lixo, por exemplo, se... isso der lucro a alguns.
Sim, chamem o filósofo. Temos muitos por aí. Há tarefas mais simples aqui, como prestar atenção na diferença entre direitos e deveres. Básico, pois está em nossa Constituição de 1988: temos o dever de preservar e recuperar o meio ambiente (e não exatamente o direito ilimitado de explorar os recursos naturais, que são um bem de todos e pode ser simplesmente preservado e admirado).
A mãe natureza não está aí à disposição do pai capital. Ela já se cansou de ser explorada desde as eras míticas de Géia e Urano. Mais respeito agora.
Além disso, não podemos aceitar o maniqueísmo de certa parte da opinião pública que ou ignora o assunto Código Florestal ou reduz tudo à disputa entre dois blocos: ambientalistas e ruralistas, para os quais destinam adjetivos que avacalham com o diálogo.
O cidadão comum deve se interessar por esse assunto vital, embora esteja fora desses dois grupos, pois é maioria e é o consumidor dos produtos da agricultura, área com grande capacidade de pressão. O consumidor pode boicotar produtos. O cidadão pode defender, como se faz aqui, seu direito de opinar e de convencer os parlamentares. Não somos especialistas, nem investidores, mas devemos ser ouvidos, pois queremos respirar ar puro e fresco – pelo nariz, como disse Caetano.
E não queremos que derrubem mais florestas em nome do desenvolvimento ou do progresso. Aliás, filósofo pode ajudar a criticar esses conceitos ambivalentes e relativos, pois como disse Adoniran Barbosa, antes de cantar a saudosa maloca: “É o progresso: o pão cai e cai com a manteiga pra baixo.”
Não vamos deixar cair. Talvez sustentabilidade seja isso: segurar o mato em pé (e assim termos onde nos segurar).

Um belo angico isolado em um pasto, às margens de uma rodovia goiana,
próxima a BR 153, no trevo de Pontalina - foto de setembro 2011

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