segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Metafísica, cosmologia e ética (recapitulação)

Compadre Dindico, por subtração, chegou não ao nada, mas ao Ser do seu "é" - que fica, portanto, um degrau antes. Se seu infeliz AVC tivesse sido ainda mais grave, teria deixado bamba a outra perna e a metafísica  teria ido para o beleléu. Não adiantaria soltar os cachorros e nem desperdiçar munição. Teria sido, então - o que, galera hip-hoper, é a tradução do "já é" em modo subjuntivo, tipo assim futuro contingente do pretérito condicional, mano.

Tio Tuca faz um jóinha para o fotógrafo que bateu a tchapa acima e não concorda com o desabafo do compadre Olavo, que, citanto talvez Tião Carreiro, considera o mundo véio perdido. Tuca já não queria mais endireitar o mundo e sim rever esse conceito: o mundo continua tal e qual; o povo é que está mudado, a rapaziada muito mal-inclinada e os meninos respondões, casca-grossa, arreados pelo rabo. O mundo, véio, não tá perdido. O que você acha? Cante lá que eu canto cá.
Por falar em perdição, está fresquinha na memória ram deste blog essa pérola de opinião construída na luta, no gozo e na gozação: o homem tem que se perder em alguma coisa! Aqui, "perdição" não é a condenação, como no romance do ceguinho de feira lisboeta, o Camilo de Castelo Branco. Não, não vamos por a caçada no mato; aqui, o conselho do vendedor de música vale como princípio ao mesmo tempo ético e estético, tipo "auto-ilusão consentida". Diferença básica é que ao contrário da primeira fase de Freud, o jovem cientista calouro e meio babaca, a ilusão tem, sim, futuro e sentido. Temos que nos iludir com alguma coisa nessa vida, mas há de ser uma de cada vez. Una a la vez. Uma paixão se cura com outra. Secura? Com outra, recomeçaria tudo outra vez, como canta Gonzaguinha, criado pelo Gonzagão da sanfona, imortalizado na história da música e em museu de Caruaru, pertinho do museu da xilogravura de Cordel, onde reina o J. Borges. Aliás, por falar em ilusão, o que é um blog senão ilusão e perder... tempo - de ler e de escrever. Temos todo o tempo do mundo.

Um comentário:

Maíra Selva disse...

e eu vou perdendo tempo de cá tambem, lendo o seu e escrevendo o meu...