quarta-feira, 23 de abril de 2025

69 É MANDALA: senilidade às favas

 Eu levei na farra as brincadeiras de parentes e amigos, eles e elas, sobre o número, a marca, o giro de girinos tipo "ing e yang", fractais minimalistas. Para complicar, algum Dworkin teorizaria ao conversar com seu porco-espinho de estimação: "sixty nine is the perfet image of kind of simultaneous equity..."

Se eu fosse uma pickup: FORD 1956, "flipnose"

O que li e o que bebi, para lembrar o livro do marido da médica - e olha que ela sempre desfilou de Jaguar na noite carioca, com alguns frascos de hepatovis na bolsa, etc. Livro do cartunistas do Pasquim: Confesso que bebi. Neruda se revira no túmulo, esperando um gole pra si e outro para o Santo Tiago. 




202

 ...na cola de outro Moisés, 

agora, com anexo aos “Dez mandamentos”

 

 

FILOSOFIAS DA VIDA VIVIDA:  Todos os vivos estão no grupo de risco. Viver é arriscado. Mas depois de uma epidemia, tenho que admitir: dá medo pegar uma terceira dengue ou bala perdida.  

 

Quanto tempo quero e espero viver? A pergunta ganha um novo sentido agora, quando entrei no terceiro terço dessa lifetime...

 

O que vier é lucro, sobrevida ou, como diz o Julio Cabrera, no seu intrigante livro de ética de cabeza pra bajo: Não-suicidas não são exatamente sobreviventes...

 

 

Aqui está uma tabela para animar os calouros da filosofia. Não se trata de medir QI e nem saber se você joga xadrez ou sabe falar de vinhos. O importante é viver muito.

 

E aqui cada um pode se situar em relação aos filósofos que já partiram deste mundo sublunar. O número à esquerda indica o quanto a figura viveu. A cada ano – se Deus lhe der vida e saúde – movimente uma casa para diante. E não cante vitória muito cedo, pois não há game over na eternidade.

 

Km 69. O filósofo do cerrado, que também acredita em geração espontânea, no éter e foi, sim, preceptor de Alexandre, seu irmão mais novo cinco anos, a quem ensinou golpes de capoeira e pesca de lambaris, está em 2025 na boa companhia de...?

  

Faça sua própria classificação. Veja como está seu ranking. Não custa nada. E não é o tipo de mensagem que precise passar adiante. Vá adiante você e não se enrole na vida!

Importante é manter-se vivo e tentar chegar aos 103 anos. Para isso, não precisa ser arquiteto de JK, mas sem dúvida a receita passa pela combinação de “verdad y método”.

 

Que bom poder ficar ao lado da bela Hannah... e reler seus perfis para tempos sombrios. Creio – enquanto aguardamos, hoje 23 de abril de 2025,  as exéquias do querido Papa Francisco – que ela o chamaria também de “um bom papa”.


E não se confundam nem se enganem.
A Daryl Hannah também está quase lá (cá) 
aos 64 - fumando ou não.


 

 A LISTA DO PRAZO DE VALIDADE

 (ver no fundo da lata)

...

29 NOVALISGeorg Philipp… (1772 - 1801)

38 LURIA, Isaac  (1534 - 1572)

40 LASK, Emil [1875-1915]

42 KIERKEGAARD, Søren Aabye - (18131855)

44 WHORF, Benjamin Lee (1897-1941)[1]

46 BAUDELAIRE[2], Charles. [1821- 1867]

47 LUXEMBURGO, Rosa de (1871-1919)

48 BENJAMIN, Walter [1892-1940)

49 AUSTIN - (Lancaster, 1911 - Oxford,  1960)

52 FICHTE, Johann Gottlieb [1762-1814]

53 MERLEAU-PONTY, Maurice (1908 - 1961)

54 DESCARTES, René (1596 - 1650)

56 NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm (1844 – 1900)

56 WEBER, Max [1864-1920]

58 FOUCAULT, Paul Michel (1926. – 1984)

58 MAQUIAVEL, Nicolau (1469 – 1527)

59 HERDER, Johann Gottfried von (1744 - 1803)

59 DURKHEIM, Emile. [1858-1917]

60 SIMMEL, Georg (1858-1918)

61 HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich [1770 – 1831]

62 ARISTÓTELES (384 a.C. - 322 a.C.)

62 WITTGENSTEIN, Ludwig Joseph Johann - (18891951)

63 ADORNO, Theodor (1903 – 1969)

65 BARTHES, Roland (19151980)

65 SAINT-SIMON, Conde de, (17601825)

66 KOJÈVE, ALEXANDRE (1902 - 1968)

68 HUMBOLDT, Friedrich Wilhelm Christian Karl Ferdinand (1767- 1835)

 

 

 

69 MAIMÔNIDES, Moisés: (1135-1204)

 

è 69 FILÓSOFO DO CERRADO (born in 1956, and counting…)

 

69 ARENDT, Hannah (1906-1975)

70 BRETON, Andre – (1896 – 1966)

70 LEIBNIZ, Gottfried (1646 - 1716)

71 LUHMANN, Niklas (19271998)

72 BOURDIEU, Pierre: (19302002)

72 SCHOPENHAUER, Arthur (1788 – 1860)

73 BAUER, Bruno (1809-1882)

73 HOLDERLIN – Johann Christian… (1770 – 1843)

73 KOSELLECK, Reinhardt [1923 – 2006]

74 DERRIDA, Jacques (19302004)

74 KUHN, Thomas S. (19221996)

74 LYOTARD, Jean Francois: (1924 —1998

75 PEIRCE, Charles Sanders (1839 - 1914)

75 SARTRE, Jean-Paul... (19051980)

75 ENGELS, Friedrich - (1820 - 1895)

75 MARX, Karl [1818, 1883)

76 RORTY, Richard: (1931 - 2007)

76 VICO, Giambattista (1668 - 1744)

77 FREGE, Friedrich…(1848 - 1925)

78 BACHELARD, Gaston (1884 - 1962)

78 DILTHEY, Wilhelm (18331911)

78 HORKHEIMER, Max (1895 – 1973

79 SCHELLING, Friedrich… [1775-1854]

80 KANT, Immanuel (17241804)

82 FREYER, Hans (1887 - 1969)

82 HAMANN, Richard Henry (1879–1961)

82 BERGSON, Henri-Louis (Paris, 18591941

83 FREUD, SIGMUND (18561939)

84 PIAGET, Jean. (1896  -1980)

84 SWEDENBORG, Emanuel  (1688 – 1772)

85 SCHOLEM, Gerschom: (1897 – 1982)

86 DAVIDSON, Donald Herbert (1917 – 2003)

86 JASPERS, Karl Theodor: (1883 - 1969)

87 HEIDEGGER, Martin [1889 – 1976]

88 DUMÉZIL, GEORGES (18981986)

89 LÉVINAS, Emmanuel: (19061995)

90 HELLER, Agnes (1929-2019)

91 HOBES, Thomas (1588 – 1679)

92 POPPER, Karl R. (19021994)

96 BLANCHOT, MAURICE (1907 -- 2003)

97 SCHMITT, Carl - (18881985)

100 LÉVI-STRAUSS, Claude (1908-2009)

102 GADAMER, Hans Georg. [1900 – 2002]

 

A tabela ainda está sendo testada. Já passamos da fase de laboratório, com ratos e homens (Of mice and men).  Aos poucos, alguns escritores serão substituídos por filósofos com pedigree, antes que alguém entre com recurso. Por razões estéticas, seria bom dispormos de uma tabela que exibisse pelo menos um filósofo para cada idade. E quem souber de um pensador, tipo James Dean, que tenha vivido rápido e morrido cedo, favor enviar comentário. Hasta la vista, porquinho Babe.

 

LIVROS QUE ANDEI LENDO EM 2024:

 

A estrada (Cormac), segunda leitura para estudo de estilo de redação

Cicero, sobre Amizade e Envelhecer (e, claro, velhos amigos, indo)

Interiores (Maíra Selva) fui ao lançamento, maio, Sampa

Uma palestra é uma missão (Edilson Lopes) treinamento

Latim em pó, (Caetano Galindo but...not quite - me neither)

Contos (meio relendo, coletânea replay), José J. Veiga

O arquiteto e o imperador da Assíria (muito trash, nojento, não passei pro filho herdeiro e arquiteto Itamar)

Fronteira (Cornélio Penna, releitura e estudo – admiro mais agora, ao ler com tempo)

Vozes da Cidade: rádio... em Udi (Newton Dângelo)

O fio da memória de um fio dos padre (JTS)

Histórias que não aguento mais contar (JTS)]

 

RANGO E BIRITAS

 

O reino dos céus não é comida nem bebida”, mas... até lá, nada de passar fome ou sede neste mundo destroçado.

 

A dieta de manutenção tem tido menos cerveja e mais vinho, desses chilenos, argentinos e gaúchos por volta de 6 dólares, tintos demi sec, meistens. Uísque é aquela dose regulamentar vespertina que me faz lembrar do dândi ministro banqueiro
Simmonsen: uma dose on the rocks e um puxa-saco por perto. A novidade é, tem sido, a exclusão das carnes: a patroa e eu paramos de comer carne há exatos 373 dias. E estamos bem.  
E sem entrar em grupos ou fazer campanhas contra o bife ao lado da gondola de frios. Nada. É só deixar de.

 No mais, como diz o xiru missionero: peleando no más!



 

 



[1] Acrescento aqui em 2018 o Whorf, seguidor de Sapir, que não é bem um filósofo. Mas quem o é? Esse era um engenheiro de segurança que visitava indígenas, que falavam outra língua e...viviam em outro mundo, etc. Ora, isso interessa à filosofia. E Wittgenstein também era engenheiro...

[2] Sempre me lembro aqui do Bode Orellana, criado por Henfil. O desenhista viveu só 44 anos, mas o personagem das tiras, que comia livros, sobreviveu ao animal de estimação, falecido na casa do cantor Elomar em 1976. Decerto comeu umas páginas de Sidney Sheldon.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

NOTAS SOBRE LITERA...DURA '93

 


- o ovo da serpente já estava no ninho há muito tempo -

Isso aqui dá um bom roteiro para um documentário de curta-metragem. Do tipo que começa leve e ingênuo, em tom de impressões turísticas e familiares. Mas, acreditem: a paisagem diferente não me fez esquecer dos problemas e compromissos com nosso Brasil precioso.

Ao organizar de novo minha biblioteca, consegui despachar, doar e enviar para a cooperativa de reciclagem uns duzentos quilos de xerox, cadernos, livros e outros papéis da gaveta, tipo “miscelânea”. Isso foi ontem, em fevereiro de 2025. Na pasta com documentos e cartas entre este bolsista e o DAAD – muitas assinadas pela simpática Dona Helga Wahre, encarregada de latinos em geral – encontrei umas doze páginas manuscritas amareladas,  de bloco de pequeno.

As notas registraram impressões iniciais, sobre paisagem, costumes e curiosidades da língua alemã, desde o vôo de ida, pela Lufthansa, até a instalação em Kassel e uma visita a uma família na Baviera. Mas o leitor poderá se surpreender, ao final desta postagem de blog, com uma nota tristemente premonitória para a política e a vida no Brasil. O ovo da serpente já estava no ninho, um quarto de século antes. E o título da reportagem, que me pareceu então exagerado – “Um país à deriva, rumo ao suicídio” – veio a ser válido para nosso quadro histórico recente. Confiram, mas não percam o passeio que vem no início. E é para “não perder” as notas em papel pequeno e amarelado que me dou ao trabalho de transcrever e publicar o que se segue. Obrigado pela visita ao nosso cerrado...

22/7/1993 – São Paulo, quinta. Doze horas de espera e sono e preços altos. Mais confusões entre Capes e Varig. Na passagem não consta que sou bolsista Capes/DAAD. Com troca de ironias, consegui provar. A chefinha liberou um quilo, aliás 41. Revista só para armas. Canivete vai.

Saímos de São Paulo às 22. Boeing 747-300, um Jumbo enorme. Viajamos na asa esquerda. Enorme asa; nada para ver. Uma Sônia (Sonja?) viajou do lado, para provar que alemão é simpático. KV deu-lhe um banho de vinho tinto por culpa de um filé mal passado. A moça se levantou, ocupou outro banco e, no outro dia, mostrou sorriso. Escrevi pequeno bilhete lamentando o ocorrido e a interrupção de um bom papo com mais espanhol que alemão. De graça, psicanalisei KV... que, como prova final, ainda dormiu atravessada em três bancos. Vôo sem escalas, devendo ter sobrevoado o Saara e Argélia. Dormi mal, como em ônibus. Sede besta, bexiga cheia... balanços e onze horas de ruídos das turbinas ao lado. Ficamos longe da tela, mas o filme era ruim. Vários canais de música. Logo ouvi Debora Blando cantando Maçã [de Raul Seixas]: “O ciúme é só vaidade; sofro, mas eu vou me libertar”.

23/7- sexta: Frankfurt a Kassel.

- Belo pouso! O carrinho da bagagem é massa, com freio, três rodas. Beleza! WC, Geld Wechsel [trocar dinheiro], informações sobre ir para a Hauptbahnhof [estação central]. “Ich habe ein paar Schwein gekauft...” [comprei uma porção de ‘porcos’, ou seja, fiquei rodando em volta uns minutos, feito peru bêbado...]. Como comprar o bilhete do metrô? Alguns americanos também com dificuldade. O jeito é especular aos transeuntes.

Grande coincidência. Ao tentar falar com Ezat [palestino, amigo de um amigo], disquei sem o prefixo 0561, Kassel, e atende uma moça portuguesa de Frankfurt, com certeza... Ora, pois! Puxou papo. Os orelhões não devolvem troco. Aqui precisamos de bolso grande para passaporte e moedas.

Metrô para a Hauptbahnhof (2,60 marcos). Ninguém pediu passagem.

Na fila da passagem de trens, mulheres de Trinidad Tobago. Bela estação. E boa viagem para Kassel, com o trem lento (100 km/h...) e barato (48,00). Um luxo para nós e era de 2. Klasse! Meu pai ia gostar. Muita lavoura, inclusive de milho. Vacas, pombo, 2 cães pretos. Cobrador super-educado, “Wie Sie wollen...” [Como o Sr. quiser...] E educados vários que ajudaram a carregar as malas e deram dicas. Só alguns bestas, como dois taxistas, que não quiseram carregar nossas malas. “Piau” nos levou a “Auf dem Stützel” (15,00 marcos. Não mais.)

Ezat quer dizer “o homem que tem tudo” e... empresta tudo ao amigo do amigo do amigo [...Felipe/ Alfredo/Bento...] Que Allah o proteja!

Sábado, 24. Bom sono. Banho quente, café.

Máquinas. Muitas máquina. Máquinas demais. Na fazenda, uma corta o capim, o feno. Outra esparrama para secar, outra faz uns rolos enormes para guardar para o inverno.

Qualquer obra de nada requer um guindaste montado, enorme (Kran).

Muito gasto de energia elétrica. Todos os fogões, torneiras, banheiros. E como aquecer uma fábrica, escola? As casas tem tantas portas, para segurar o ar quente, com borrachas iguais às de geladeira.

Muitos carros. Aí vem os avisos no rádio: 3 km Stau, 23 km Stau [congestionamento]. Wirklich! [ é mesmo!] Todos tem carros. Carros novos e tratores antigos; velhos fazendeiros mantem seus Fendt, Hanomag...

Nos Weiss: 1 moto Suzuki e 1 BMW grandonas, que foram pelo Sr. Erwin reparadas, 1 Kadett 1200 do pai, 1 Kadett de 22 anos do Stefan e uma Kombi Camping, diesel, ótima, umas 5 ou 6 bicicletas.

Desperdício: Mercedes como táxi. Já peguei 2.

Ah! A Kombi dos Weiss já foi a muitos países, inclusive Grécia, Espanha, Schotland (...) Tio Juca tinha que ver:

- cama embaixo e no teto, que levanta (como o “dragão”no livro do Cortázar), são duas de casal;

- cama vira sofá para 3 mais dois banquinhos;

- mesa;

- fogão 2 bocas (gás) + pia com água bombeada de reservatório debaixo do sofá-cama + geladeira (gás, bateria ou energia)

- motor diesel (e bom!)

- muitos armários, tudo dobrável e prático.

- leva bikes atrás

 

(...) Eindrücken [impressões]

2/8/93: Uns caras pescando no Meno, Frankfurt. Grandes caniços, vermelhos (...) na espera. Vi peixe pulando no canal de Lüneburg. Peixinho morto em Brüchlim, Ottobeuren, no Schachenbad (?) um lago onde Marcus e Andrea estreavam seu “Tornado” sob olhares da mãe Marion e do pai, filho de Frau Weinald e Herr Georg. (...)

Não só há bichos nas florestas de Bienenbüttel, como é permitida a caça, com armas. O caçador passa por um curso complicado, que inclui os hábitos dos bichos e como reconhecer uma fêmea, que em certas épocas não devem ser abatidas. Mas é sacanagem demais. O caçador fica em uma cabine elevada [jirau], com janelas de vidro. Em outra clareira, tiveram a paciência de plantar milho e outras ervas, entre cercas de tela baixa, que obrigam os bichos a irem em direção ao caçador que se aboletou na tal cadeira de espera, camuflada...

Vidro moído usado para pavimentar ruas, com brita. Aí o sapato não dura nada...

Carvalho = Eichel

Tília = Linden (unten den...)

Primeiro dia em Memmingen: comemos “Maultasche” no restaurante Hoigata.

Hunde Namen [nomes pra cachorros]: Daki, Chico, Basil, Amor. E um Katz [gato] Tapsi.

Fanta é “Orangenlemonade”; laranja é “Sinasaapel” (laranja da China, na Dinamarca)

“Bonito”, escrito na blusa de uma menina.

Herd = Schaf + Schaf =... / Herde?

“Das Ausland fängt nicht an der Grenze, sondern in unseren Köpfen” (“O estrangeiro não começa na fronteira, mas em nossas cabeças”) [Campanha de educação anti-racista, com esboço do desenho de um rosto cujos olhos estão tapados pela bandeira alemã].

Das Land / das Ausland, die Ausländer, der Ausländer

an/fangen = começar

Ich fange di Kurse an / Er fängt di Kurse an [ eu começo o curso / ele começa...

Nicht…, sondern

Nicht hier, sondern da [informe sobre onde jogar o lixo: aqui não; lá.]

1.8.1993 “Brasilien: ein Gesellschaft treibt an Selbstmord” [ Brasil: uma sociedade à deriva rumo ao suicídio” ] O título da matéria longa sobre o Brasil vem de declarações de psicanalistas. A chamada: massacre de mais oito meninos de rua, no Rio de Janeiro. Deu no jornal Die Zeit. E aproveitaram para puxar á lembrança toda a crise: PC Farias, Collor, “fuga” dos assassinos de Chico Mendes, Weltidol [ídolo mundial, etc.] O tom era catastrófico: crise geral e ruína da democracia. Citam o deputado Bolso...., que clama por uma Diktatur, sem se lembrar de que ele é milico. Os generais estão quietos, mas até quando? E (os alemães) também se escandalizam com a greve da Polícia Federal.

No mesmo jornal, uma boa notícia sobre o Brasil: uso de plantas para limpar água de rio. Mas... relacionam isso com o cólera – e o projeto tem alemães como cabeças. [Essa data anotada é o dia em que li o jornal, mas a edição é do dia anterior, 30 de julho de 1993. Hoje em dia disponível de alguma forma online em: https://www.zeit.de/1993/31/eine-gesellschaft-treibt-zum-selbstmord/seite-2]

 




TRINTA E DOIS ANOS DEPOIS E ESTAMOS AINDA E SEMPRE ENCARREGADOS DE DESTRUIR AS SEMENTES DO MAL, AS FORÇAS OBSCURAS. SEM ANISTIA. 

terça-feira, 5 de novembro de 2024

CELEUTA BATISTA ALVES ( 1953 - 2024)

 

Neste blog, desde 2010, já publiquei algumas homenagens póstumas a colegas de ofício, que foram professores e colegas de trabalho, relevantes para minha formação e nosso trabalho docente. Eu nunca precisei justificar minhas crônicas de despedidas, nem meu grau de parentesco nessas circunstâncias derradeiras e eventualmente melancólicas.

Venho agora prestar um tributo a essa pessoa tão presente na esfera acadêmica de Uberlândia em uma metade de século – que se encerrou ao final desse outubro cinza para nós, quando também perdemos o colega Tolendal e a querida Marluce, secretária-fundadora e presença lúcida e bondosa no sindicato dos professores, a ADUFU.

A propósito, foi diante da sede de nosso sindicato que vi de relance Celeuta pela última vez. Era uma noite de junho do ano passado, logo após um evento que reuniu velhos colegas em boa conversa durante um lançamento de livro. Celeuta ia em direção ao campus e apenas vi seu vulto esguio driblando dois carros estacionados, como se estivesse com pressa. Hoje penso que teria sido bom se ela tivesse entrado lá para comer uns salgados, tomar um guaraná e trocar umas ideias.

Celeuta aparece em um blog de filosofia (do cerrado) também pelo que ela poderia ter sido, em termos de escaninhos do saber acadêmico. Ela, tão famosa por sua capacidade de entender e ensinar difíceis conteúdos daquelas ciências antes alocadas no “CETEC”, poderia ter brilhado também nessa conversa sofisticada que não tem um quê exclusivo, mas sim um como, um modo de se expressar. E eu admito que ela ilustrava bem uma definição que adoto e prezo para “método”: é nada mais que o uso livre e amplo da inteligência.

Enquanto trago o rascunho para esta versão prestes a postar, fico sabendo de um colega de departamento que, sim, ela passou também pela filosofia. Não só deu o ar de sua graça em algum debate ou tomou vinho com calouros em nossa “Ágora”; Celeuta frequentou disciplinas da graduação em filosofia, como aluna especial. E isso decerto ocorreu enquanto ela cursava uma das engenharias da UFU.

Se ela viveu com pouco e, na verdade, veio a padecer na penúria, isso não depõe contra sua inteligência. Outros grandes intelectuais faliram, no que prestigiassem uma definição da figura-filósofo deixada por Derrida ou Deleuze: filósofo é um sujeito que quebra a cara...

Ora, eu estava longe de Uberlândia nesse dia 31, quando tentava falar de outro assunto com nossa colega Yara – eu excluo deliberadamente a tecla do i maiúsculo, que gera ambiguidade – e eis que de repente ela digita curta mensagem sobre uma mulher vitimada por atropelamento. E quis confirmar se eu conhecia “Cesta”. Tive que interpretar logo o erro do processador de texto do celular, cujo algoritmo ignora nomes raros. E arrepiei ao pensar que fosse aquela vizinha de infância e parceira de destinos cruzados. A viagem – como diria o maluco beleza.  

E me apressei em pedir que Yara, no velório, cochichasse ao ouvido de Celeuta ou perto das flores: “O Bento diz que você não deve nada a ele. E ele não guarda nenhum ressentimento; vai em paz”. Mas, antes dos negócios, voltemos à infância.

Por volta dos quatro ou cinco eu aprendi a dizer “poeta” e de vez em quando eu podia ver um deles a conversar com meu pai e meu tio, em Tupaciguara. O pai de Celeuta tinha esse apelido: Poeta. Éramos vizinhos no bairro chamado Rua Goiana. Muitos anos depois, início dos anos 80, conversei com Celeuta sobre nossas origens comuns e isso viria a mexer um pouco com minha imaginação. Esse Poeta, segundo nos contava Celeuta, tinha o dom da oratória e havia esboçado uma reformulação da mitologia grega, que ele traduziria para figuras e estórias das culturas e dos povos africanos. Não sei se ficou algum registro, mas a simples ideia desse projeto já vale para imaginar um ambiente doméstico estimulante para algo mais que o cálculo: pensar o diferente, na contramão.

Além disso, o pai de Celeuta teria tido uma queda e talvez alguma militância no Partido Comunista. E isso mexia com minha fantasia, pois embora meu pai e meu tio fossem pacatos católicos, haviam trabalhado nas lavouras de arroz na região de Centralina e Canápolis. Lá onde aconteceram os atos de protestos e sabotagem contra a “Fazenda dos ingleses”. E um dos líderes era primo de meu pai, recolhido a cela solitária em Uberaba.

Para dar um salto e aliviar um pouco esta singela recordação, quero lembrar que houve uma época em que Celeuta morou por uns meses em nossa casa, no bairro Saraiva. Ela não tinha onde ficar, naquele período. E levou consigo sua cachorrinha Tulipa, muito esperta e querida por meus filhos. E nos limitamos a rir, quando Tulipa quis fazer bonito e veio mostrar o resultado de sua “caçada” no lote anexo. Veio toda alegre exibir entre os dentes o molambo de um pobre franguinho, daqueles que vinham tingidos de cor rosa, no dia das crianças, recém-saídos do ovo.

Daquelas semanas ou meses de convivência, ficaram uma frase e uma postura premonitória. Celeuta conversava com Tulipa de modo muito carinhoso, limitando suas broncas a um refrão: “Não entra numas, Tulipa...” E já deixava claro que curtia mais os animais que os humanos, por merecimento daqueles.

Deve ser desse período, por volta de 1989, uma foto muito importante, que foi localizada ontem no acervo dos meninos. Nossa hóspede Celeuta, minha ex-esposa Kássia, Taiguara e eu. Depois do show de nosso querido cantor, fomos ao camarim para elogiar a música e tietar o artista. E nisso fomos fotografados por um jornalista fotográfico. Quatro rostos sorridentes após belas baladas sobre utopias e guarânias guaranis.

Não cabe a mim, nem a este elogio fúnebre, falar de aspectos da saúde (mental) de nossa colega e muito menos estabelecer conexões sobre a condição de vida da mãe dela, que uma vez visitamos no bairro Tocantins. Pois, como disse um filósofo africano acima citado: “isto aqui não é um boletim médico”. E preciso falar de um episódio um tanto difícil, embora revelador.

Fui fiador de Celeuta, na imobiliária Rotina. Ela alugou uma casa com grande área para plantio. Nessa época, ela morava com um rapaz e ambos tinham planos para o terreno na rua Carioca, antes da construção de uma escola infantil por ali e da especulação imobiliária naquelas terras próximas ao rio. Ora, depois de algum tempo, fui acionado para pagar dívidas acumuladas que se referiam ao aluguel, DMAE, Cemig, juros, custas judiciais... Tive que arcar com uma despesa inesperada e crescente. Durante dois anos eu ia até um escritório de advogados na rua 16, Santa Mônica, onde deixava uma boa parte de meu salário. No total, perdi ali seis meses de meu salário integral de professor.

Ela foi despejada, a pedido do dono do imóvel, mas eu tive que acompanhar a triste cena, com presença de policiais, zoonose e tal. Provisoriamente, a imobiliária guardou alguns móveis de Celeuta em uma garagem na sede da empresa. Eu nunca pensei em acionar a colega para recuperar parte do prejuízo, nem falei disso a estranhos, apesar de ouvir insinuações maldosas sobre minha ingenuidade e quanto ao perfil da inquilina. E, de fato, repito agora que não guardei rancor. E encerro esta nota, com uma avalição sobre isso de acreditar. Acreditar em pessoas e nos sonhos delas e nossos.

Em minhas aulas de Filosofia da Ciência, gostava de uns textos iniciais em que se estabelecia uma comparação entre ciência e senso-comum. Embora um certo Gunnar Myrdal, citado por Rubem Alves, entendesse acertadamente que a ciência é apenas o senso-comum organizado e refinado... sentíamos que faltava “sistematização” ao campo da não-ciência ou pré-ciência. Ora, por minha dolorosa experiência, posso afirmar que erramos não ao seguir as cartas e os signos do zodíaco, mas justamente por duvidar de suas projeções. Nesse mundo de contingências, somos incapazes de atribuir valor de verdade a simples enunciados com verbo no futuro ou mesmo sobre o conteúdo de “outras mentes”. Diante desses gaps, saltamos, arriscamos.

Em 1988, uma aluna de nosso primeiro curso de especialização em Filosofia examinou os traços de meu rosto – não as linhas da mão – e disse: “você não terá lucro com negócios ligados à terra”. E eis que eu perdi, poucos anos depois, a casa em que morava a família, um lote, um veículo... e mais uns longos anos de trabalho. Ou seja, eu me igualei com Celeuta, que também esperava “colher com a mão a pimenta e o sal”, cercados de livros, carneiros e cabras. Parafraseando a figura aqui lembrada, uma semana depois de seu falecimento: nós entramos numas de Zé Rodrix, Thoreau e Hesíodo...regredindo ao caos original.

O filósofo que eu mais li, o alemão Habermas, escreveu um texto para comemorar os 70 anos de Marcuse, no agitado ano 1968. O título na tradução francesa torceu o original para “anti-hommage” e de fato o autor queria mais era aproveitar a ocasião para fazer avançar a teoria crítica, como devia esperar o velho guru da juventude engajada.

Eu fico imaginando, como fazem todos e todas em torno da memória de Celeuta, que ela não aprovaria nem mesmo o termo “homenagem”, que eu evitei até aqui. Todavia, ela há de nos desculpar também pelas flores que enviamos para o velório e pelas rezas que fizemos e faremos através das entidades de nossas crenças e devoções. Pois, afinal, além de estarmos dispostos a “quebrar a cara”, nós também mantemos esses vícios do ofício: o cachimbo que nos entorta a boca e a especulação que sugere o éter e a transcendência.

Celeuta nos deixou com dezenas de gatos magros e baitas dúvidas, neste mundo opaco, ingrato e cruel. Mas ela vive em nossas lembranças e decerto já está contando causos para a Mãe lá em cima. E ouvindo os versos do Pai, recém traduzidos para o latim, como parte do protocolo diplomático do além.

 


"...Lá colhi uma estrela pra te trazer.

Bebe o brilho dela até entender."

(Teu sonho não acabou - Taiguara)

sábado, 25 de maio de 2024

FILÓSOFO MEIA-OITO LONGE DAS BARRICADAS

 




2024 – ...na cola de outro Moisés, agora

 

 

FILOSOFIAS DA VIDA VIVIDA:  Todos os vivos estão no grupo de risco. Viver é arriscado. Mas depois de uma epidemia, tenho que admitir: dá medo pegar uma terceira dengue ou bala perdida.  

Quanto tempo quero e espero viver? A pergunta ganha um novo sentido agora, quando entrei no terceiro terço dessa lifetime...

 O que vier é lucro, sobrevida ou, como diz o Julio Cabrera, no seu intrigante livro de ética de cabeza pra bajo: Não-suicidas não são exatamente sobreviventes...

 Aqui está uma tabela para animar os calouros da filosofia. Não se trata de medir QI e nem saber se você joga xadrez ou sabe falar de vinhos. O importante é viver muito.

 E aqui cada um pode se situar em relação aos filósofos que já partiram deste mundo sublunar. O número à esquerda indica o quanto a figura viveu. A cada ano – se Deus lhe der vida e saúde – movimente uma casa para diante. E não cante vitória muito cedo, pois não há game over na eternidade.

 

Km 68. O filósofo do cerrado, que também acredita em geração espontânea, no éter e foi, sim, preceptor de Alexandre, seu irmão mais novo cinco anos, a quem ensinou golpes de capoeira e pesca de lambaris, está em 2024 na boa companhia de...?

 Faça sua própria classificação. Veja como está seu ranking. Não custa nada. E não é o tipo de mensagem que precise passar adiante. Importante é manter-se vivo e tentar chegar aos 103 anos. Para isso, não precisa ser arquiteto de JK, mas sem dúvida a receita passa pela combinação de “verdad y método”.

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29 NOVALISGeorg Philipp… (1772 - 1801)

38 LURIA, Isaac  (1534 - 1572)

40 LASK, Emil [1875-1915]

42 KIERKEGAARD, Søren Aabye - (18131855)

44 WHORF, Benjamin Lee (1897-1941)[1]

46 BAUDELAIRE[2], Charles. [1821- 1867]

47 LUXEMBURGO, Rosa de (1871-1919)

48 BENJAMIN, Walter [1892-1940)

49 AUSTIN - (Lancaster, 1911 - Oxford,  1960)

52 FICHTE, Johann Gottlieb [1762-1814]

53 MERLEAU-PONTY, Maurice (1908 - 1961)

54 DESCARTES, René (1596 - 1650)

56 NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm (1844 – 1900)

56 WEBER, Max [1864-1920]

58 FOUCAULT, Paul Michel (1926. – 1984)

58 MAQUIAVEL, Nicolau (1469 – 1527)

59 HERDER, Johann Gottfried von (1744 - 1803)

59 DURKHEIM, Emile. [1858-1917]

60 SIMMEL, Georg (1858-1918)

61 HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich [1770 – 1831]

62 ARISTÓTELES (384 a.C. - 322 a.C.)

62 WITTGENSTEIN, Ludwig Joseph Johann - (18891951)

63 ADORNO, Theodor (1903 – 1969)

65 BARTHES, Roland (19151980)

65 SAINT-SIMON, Conde de, (17601825)

66 KOJÈVE, ALEXANDRE (1902 - 1968)

68 HUMBOLDT, Friedrich Wilhelm Christian Karl Ferdinand (1767- 1835)

 

 

è 68 FILÓSOFO DO CERRADO (born in 1956, and counting…)

 

69 MAIMÔNIDES, Moisés: (1135-1204)

69 ARENDT, Hannah (1906-1975)

70 BRETON, Andre – (1896 – 1966)

70 LEIBNIZ, Gottfried (1646 - 1716)

71 LUHMANN, Niklas (19271998)

72 BOURDIEU, Pierre: (19302002)

72 SCHOPENHAUER, Arthur (1788 – 1860)

73 BAUER, Bruno (1809-1882)

73 HOLDERLIN – Johann Christian… (1770 – 1843)

73 KOSELLECK, Reinhardt [1923 – 2006]

74 DERRIDA, Jacques (19302004)

74 KUHN, Thomas S. (19221996)

74 LYOTARD, Jean Francois: (1924 —1998

75 PEIRCE, Charles Sanders (1839 - 1914)

75 SARTRE, Jean-Paul... (19051980)

75 ENGELS, Friedrich - (1820 - 1895)

75 MARX, Karl [1818, 1883)

76 RORTY, Richard: (1931 - 2007)

76 VICO, Giambattista (1668 - 1744)

77 FREGE, Friedrich…(1848 - 1925)

78 BACHELARD, Gaston (1884 - 1962)

78 DILTHEY, Wilhelm (18331911)

78 HORKHEIMER, Max (1895 – 1973

79 SCHELLING, Friedrich… [1775-1854]

80 KANT, Immanuel (17241804)

82 FREYER, Hans (1887 - 1969)

82 HAMANN, Richard Henry (1879–1961)

82 BERGSON, Henri-Louis (Paris, 18591941

83 FREUD, SIGMUND (18561939)

84 PIAGET, Jean. (1896  -1980)

84 SWEDENBORG, Emanuel  (1688 – 1772)

85 SCHOLEM, Gerschom: (1897 – 1982)

86 DAVIDSON, Donald Herbert (1917 – 2003)

86 JASPERS, Karl Theodor: (1883 - 1969)

87 HEIDEGGER, Martin [1889 – 1976]

88 DUMÉZIL, GEORGES (18981986)

89 LÉVINAS, Emmanuel: (19061995)

90 HELLER, Agnes (1929-2019)

91 HOBES, Thomas (1588 – 1679)

92 POPPER, Karl R. (19021994)

96 BLANCHOT, MAURICE (1907 -- 2003)

97 SCHMITT, Carl - (18881985)

100 LÉVI-STRAUSS, Claude (1908-2009)

102 GADAMER, Hans Georg. [1900 – 2002]

 

A tabela ainda está sendo testada. Já passamos da fase de laboratório, com ratos e homens (Of mice and men).  Aos poucos, alguns escritores serão substituídos por filósofos com pedigree, antes que alguém entre com recurso. Por razões estéticas, seria bom dispormos de uma tabela que exibisse pelo menos um filósofo para cada idade. E quem souber de um pensador, tipo James Dean, que tenha vivido rápido e morrido cedo, favor enviar comentário. Hasta la vista, porquinho Babe.

 

LIVROS QUE ANDEI LENDO EM 2023:

 

O Seridó e os Votos de Porteira batida (Cicero JAS Neto)

Coronelismo no Nordeste (Cicero tb, ambos resenhados)

Tudo e mais alguma coisa (Chacal)

Lolita do Nabokov (em duas etapas, com estudo)

No coração das trevas (Zé Conrado)

O corvo, do Poe, ilustrado por outro louco do gótico

Cenas urbanas e o amor, Gilberto Neves

Memórias entrelaçadas, Antônio Almeida (resenha)

Estações de Mig – Poe  meus

Injustiça social / identitarismo (Pluckrose e Lindsay)

Solidão e companhia; biografia de Gabo (Silvana Paternostro)

O fio da memória de um fio dos padre (JTS)

Histórias que não aguento mais contar (JTS)



BELEZAS DA SECA

Descendo a serra da Confusão, 

para pescar no Rio Paranaíba

abril deste ano 2024

 



[1] Acrescento aqui em 2018 o Whorf, seguidor de Sapir, que não é bem um filósofo. Mas quem o é? Esse era um engenheiro de segurança que visitava indígenas, que falavam outra língua e...viviam em outro mundo, etc. Ora, isso interessa à filosofia. E Wittgenstein também era engenheiro...

[2] Sempre me lembro aqui do Bode Orellana, criado por Henfil. O desenhista viveu só 44 anos, mas o personagem das tiras, que comia livros, sobreviveu ao animal de estimação, falecido na casa do cantor Elomar em 1976. Decerto comeu umas páginas de Sidney Sheldon.