quarta-feira, 22 de junho de 2011

KRISE VEM DO GREGO


O termo “crise” vinha do grego. Agora, a coisa crise ataca na Grécia, aliás, Hellás.

O filósofo do cerrado escreveu uma tese sobre crise. E agora espera faturar, com a mais nova erupção do fenômeno. Vamos todos nos unir nesse esforço homérico, para esgotar a primeira edição de Crítica e teorias da crise (Edipucrs, 2004) e, quem sabe, traduzir esse livro para o grego, de modo que o primeiro ministro Papai André aprenda o caminho das pedras.

Pra quem gosta de caligrafia exótica, κριυω e  κρισισ e termos jurídicos correlatos implicam em “decisão” – ou seja, apertar os cintos e as sandálias. Confiram no referido livro, página 35, nota 10.

Em épocas de crise, no Brasil, a tevê nos ensinou a comer casca de melancia e talo de beterraba. Agora cabe aos gregos simplificar o famoso prato. Nada de alcachofras e azeite de oliva! Pra colaborar, vamos evitar até mesmo fotos do arroz colorido e metido a besta, pois, afinal, imagens são hoje em dia... "meramente ilustrativas".
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Ingredientes para Receita de Arroz à Grega
  . 1 xícara (chá) de passas
§  3 xícaras (chá) de arroz
§  ½ xícara (chá) de ervilha
§  6 xícaras (chá) de água
§  Óleo
§  Sal, pimentão, cebola, salsa, Sal, cebolinha verde e cenoura a gosto

De volta ao básico: arroz puro. E nada de “agregar valor” ou coisa assim cafona do jargão economês; arroz agregado é bolinho feito com o amanhecido, que pode ser também ser requentado.

E muito cuidado para não enfeitar esse arroz com os pepinos espanhóis recentemente lançados ao mar mediterrâneo!

E não confundir com o apaixonado Pepino de Capri, também afluente do Mediterraneé.

Mais um ponto pra Carlos Marques, pois a crise capitalista – que já dura uns 220 anos – segue um padrão, mesmo nas manifestações populares, pois é bom lembrar que além de gráficos e curvas quem sofre é o povo. Aliás, sofre democraticamente – mais glossário aí, gente! Não confundir com o capeta. Mas pode lembrar a fita "demo", de demonstração, ok? Tipo, essa passeata grega da hora, acima.

Entenderam a palavra de ordem? Podem apostar que os nossos irmãos-exploradores portugueses traduzem não só os termos, mas a própria crise, a sua maneira. Na faixa, entende?

Sem espaço para novas receitas nesta embalagem e para não cansar a beleza do leitor, recusa-se aqui o remetente baratear a receita de bcalhau prtugêish, pois a proposta é bem outra, a seguir. Antes, baste que se diga: os lusitanos já economizam as vogais e isso não os ajuda muito. Sentem saudade das colônias que exploravam? Em bom português: cadê aquele ouro todo que levaram das minas gerais?
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Um grego ensinou como sair da crise com classe e bom-humor: Zorba, o grego. O mundo desabava aos pés de “Tonyquinn”, que ia perdendo tudo, até as cuecas de marca... mas ele ria e ria e dançava seu vira grego. Se vira, grego. Vira, vira, vira homem, vira vira lobisomem.

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E por falar em vira, eis que o rei do vira, nosso Roberto Leal, com sua franja loira, nos deu a deixa. Vira Brasil.
Ótima idéia! Em vez de Dilma emprestar dinheiro a Cavaco ou a Coelho, que tal se anexarmos Portugal como um distrito nosso de além-mar? Isso é mais viável que rachar o Pará em três latifúndios, certamente. E de repente, nossa przident envia para a Península Ibérica mais uma superpoderosa, que seja a Dilma da Dilma da Dilma, modelo exportação. Elas, elas... Aliás: Hellas de Helena e de helenismo, pois os presentes de grego continuam chegando.

E aí, um dia, em vez de nos tornarmos "um imenso Portugal", como no fado de Chico Buarque, aquele país de navegadores é que iria se dar bem, como um Brasil miúdo: Portugal, vira Brasil! Cresça e apareça, oxente! E um pouco de humildade far-lhes-ia algum bem, por suposto.
E não adianta chiar, pois a Grécia e Portugal e Espanha e muitos agregados estão na Europa, com direito a voz e voto. E, por favor, a uma garrafa de vinho pra acompanhar o arroz e o churrasquinho grego (só aos domingos, se vier visita). Todo apoio ao povo grego, que há de sair dessa, sem vender a alma para o FMI. Pois se crise vem do grego, não vale o trocadilho para sair da crise, tipo “vendo grego”, até porque não precisamos no momento nem de gato, nem de lebre. E nosso estoque de gregos já está de bom tamanho. Aliás, por onde anda o Demis Roussos? Demí Russô et sa "velvet morning".

E o Seu Baco recomenda:
Sorria! Sorria!

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