quarta-feira, 15 de junho de 2011

O ANIMAL RACIONAL QUE AGORA COME RAÇÃO

A famosa classificação do homem como animal racional ganha um novo sentido e um motivo para anedotas: Agora isso significa que o homem come ração. Mulher também, diet geralmente.

Why the rush? Nenhuma novidade nisso, pois os soldados sempre receberam munição, apoio moral e ração.

Conferir nestes versos da canção dos pracinhas da FEB:
“Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.”

Mas agora o Ministério diz basta: basta!

Não é mais permitido usar essa marca, sempre associada à engorda de frangos, suínos e outros pobres animais condenados a uma dieta que não escolheram e a um matadouro mais ou menos cruel. 
Pode não ser uma defesa tão oportuna. Em 1993 uma pesquisa na Alemanha revelou que as rações para cães e gatos eram mais saudáveis e limpas que as comidas vendidas para os seus donos. Ou seja, tudo que os seres humanos mereciam era uma comida boa pra cachorro.

Ração e razão devem ter a mesma raiz – e não falamos de mandiocas ou macaxeiras: ratio. Daí que, quando falta água ou energia, como diria o Mazaroppi, o mais racional é racionar: um pouquinho pra cada, tipo "sabendo usar não vai faltar" (de péssima lembrança - 1964...)

E nem devemos abusar do verbo raciocinar, pois, podemos, sim, pensar que nem sempre os racionalistas são racionais; às vezes não chegam nem mesmo ao razoável. E muitas vezes basta ser sensato.
Que a razão continua a valer, sobretudo ao se valorizar com uma letra maiúscula R, é fato que se comprova também entre os adeptos do gênero gansta ou gangsta rap, que no Brasil dispõem de Racionais MC. Vida loka que vem da desrazão de uma vida phoda no mundo cão, tá ligado?

Sem muita cerimônia, a Camile Paglia comprou briga com rappers que andaram queimando carros em Paris e deu um esculacho, tipo “cresçam e apareçam”. Nada a ver e não vou entrar em briga de cachorro grande e nem de snoopy doggy dog, mas, enfim, ela é uma filósofa do hit parade, com a língua solta.

E os filósofos talvez não levem vantagem no controle do que seja racional, já que o bom-senso foi bem distribuído a todo mundo, como disse o Renato.

E todo mundo agora inclui os bichos. Dilema: ou os animais também são racionais ou os homens não o são (ops! - ossão) de modo privilegiado.
Daí que pelos menos alguns filósofos – eles e elas – militantes dos direitos dos animais andam usando uma nova chave para nos distribuir: o cachorrinho latindo ali na rua é um “animal não humano”. E este que ora digita não se distingue tanto mais como animal racional. A genética nos aproximou. Razão para isso não falta e uma delas vem dessa incômoda pergunta:

Diante desses becos sem saída e dessas carapuças, um conselho final a todos os viventes não-vegetais, em noite de raro eclipse:
 "Não desanimais, animais!"
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Mas agora cabe um baita PS, de post... scriptum:
PS:
avisem a certos bichos que não somos a ração deles e nem mesmo o aperitivo, ou seja, a bio-ética é bonitinha, mas devia ser adotada também por eles...

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