O desenhista Angeli, quando está em crise, desenha as tiras de "Angeli em crise". O filho do Laerte, que parece ler filosofia, também desenha gibis.
O filósofo Adorno quis ser compositor dodecafônico. O outro, Feyerabend, queria ser cantor lírico. Qual é a segunda ocupação de diversos filósofos e intelectuais diversos?
Hobsbawm curte jazz. Ernest Mandel escreveu sobre romance policial. Richard Rorty coletava orquídeas no mato. Um professor eventualmente ou até regularmente pode participar de greves. Mas o filósofo talvez continue a pensar, apesar de. Matutei um bocado nessas três palavras nos últimos três dias. Se eu estivesse ainda ligado a um jornal, talvez tivesse reagido mais rapidamente. Não tive a idéia antes. Agora me ocorre. Demorô. A Madona, in concert na Rússia, deu uma força ao grupo.
As moças do rock estão certas, contra o Putin, criatura malévola e chegada numa dobradinha para revezamento eterno no poder. Vai aqui mesmo o desenho. Já não acredito nesses concursos de salão de humor. Talvez em Piracaíba. Vai logo pra rede e pronto. Aos leitores conhecidos e os estranhos - sempre antenados e com um minuto a perder.
TODO PODER AO ROCK RUSSO! |
Mel Gibson, no filme "How I spent my summer vacation", de repente sai apressado e diz que vai fazer o que sabe fazer. Roubar, no caso. Mesmo que seja numa prisão mexicana. Ele, na dele, pra sair do inferno. Fazer cada um o que sabe e gosta, além de fazer o que precisa fazer. E lutar bravamente para deixar de fazer, parar de fazer. Largar mão.
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MAIS UM DÍGITO NO TELEFONE PAULISTA
Ainda podemos falar sério sobre revolução? Não adianta brigar com os teóricos e os militantes, se o tempo passou. Mas pode voltar. No momento, que nos sirva de parâmetro a preguiça geral. Grande parte da população paulista quase morre ou mata, por causa de um reles dígito 9 que precisa ser acrescentado aos números de telefone. Motoqueiros teimam contra o uso do capacete. Quanto custa um adesivo na lateral do caminhão? Pura pirraça. Há muitos exemplos que nos fazem despachar para a teologia aquela ideia do "inteiramente outro" (ganz Anders). É que falta gente. Aos gatos pingados, mais uma figura convidada. Saindo da gaveta, valendo.
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A fotografia já rendeu alguns bons ensaios. Susan Sonntag, por exemplo, impressiona nesse campo de reflexão. E Roland Barthes. Antes, ainda, Walter Benjamin, sobre a decadência da técnica, tão cedo contaminada pelo capital e pela vida banal. Podemos discordar, todavia, desses caras que dizem que a fotografia matou a pintura, etc. Conversa. Há cenas que jamais vamos fotografar. E não penso só em borboletas inquietas. Há motivos que vemos, lembramos, reelaboramos. E não adianta voltar lá. Não haverá replay, não vão cobrar a falta de novo. Por isso, este blog inaugura mais uma série, tipo "a foto que eu não fiz". Um experimento, eventualmente uma piada, um haikai visual, no mínimo.
LAS PINGÜINERAS ++++++++++++ |
O Angeli em crise trabalha feito um paulista. No pedágio, deve passar na faixa do SP, Sem Parar. E a crise dura. É, diria o Mesquita, a briga é feia. E desigual, acrescente-se. Mas... tem mais é que começar algo e continuar, pra ver como fica.
"A tirinha Udi-Grudi do cartunista e filósofo Bento é uma projeção de sua crise de identidade urbano-caipira" (Jornal Correio, Uberlândia, circa 1990) ++++++++ (FAZ TEMPO, HEIN?) |