Edição corporativa:
pra
encher a bola da filosofia
O ilustre prefeito de
São Paulo, Fernando Haddad (do Partido dos Trabalhadores), é mestre em
filosofia, pela USP, aliás... Haddad
holds a master's degree in economics and a doctorate in philosophy from the University of São Paulo (conforme texto na Wikipedia).
O aguerrido militante Guilherme
Boulos, membro
da coordenação nacional do MTST(Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e da Frente de Resistência Urbana, é Formado em filosofia pela USP e escreve na Folha de São Paulo às quintas-feiras.
Hoje, aliás, criticou a violência da polícia paulista em duas ocupações recentes
e comentou uma vitória do movimento: o novo ministro-impostor vai manter
contratos para construir 12 mil casas populares, conforme planejamento da
Presidenta eleita Dilma (vítima de um golpe).
O diretor
do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi é formado em
filosofia pela FFLCH–USP. Pode não parecer uma boa hora lembrar o nome do CEO, já
que é citado na lista interminável de suspeitos e dedurados. Se
isso ajuda, outros executivos de outros bancos também se enrolam, exceto, por
enquanto os do Itaú, que emplacaram a direção do Banco Central: a raposa no
galinheiro? Esopo que o diga.
E quem
quiser encontrar outros filósofos em evidência, consulte a inevitável
wikipedia.
Aliás, um
longo e sonoro aliás: um dos dois fundadores dessa enciclopedia virtual é, sim,
um filósofo! O outro é Jimmy Wales. O filósofo é Larry Sanger. Podem conferir
essa história na revista Humboldt, do Instituto Goethe, numero 94. O artigo “O
universo anárquico da wikipedia”, de Kerstin Kohlenberg, compara essa
iniciativa-monstro a outra obra exagerada, o dicionário Brockhaus. O artigo
saiu também no jornal Die Zeit, em edição mais longa. (Confiram em www.goethe.de/humboldt)
Kerstin
conta que Larry aprendeu com Ayn Rand a defender uma concepção contextualista
da verdade. Ok, tudo bem, mas se esse Larry tivesse sido meu aluno teria sido orientado
a ler outros autores, em vez de ou além dessa estranha militante ultra-liberal.
Tarski, Habermas, Rorty também ajudariam na discussão e na busca de conceitos
não representacionistas, etc. etc.
Mas,
reafirmamos aqui: o objetivo deste post é fortalecer o bom e velho
corporativismo e ganhar adeptos para a filosofia, geralmente associada aos
caras que não gostam de dinheiro, nem de sucesso, nem de tecnologia.
Conversa... (sem murrinho na mesa).
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