quinta-feira, 11 de outubro de 2012

101 posts para você ler, antes que

O tripé de Nhô Arto
"Jeca Total deve ser Jeca Tatu" (Gil)

Monteiro Lobato racista? Não apenas. Nem negro, nem pobre amarelado pela verminose. Para ele, bom mesmo era o petróleo. Era nosso? Lobato, o avô da Petropaulo do Paulo Maluf.
O empresário paulista ofendeu, sim, os não-brancos em seu sítio. Fazendeiro e  dono de editora, além de fazer caricatura de Anastácias e Sacis, pintou um retrato cruel do caipira analfabeto e anêmico. Lobato nacionalista pelejava por uma boa causa: queria tirar o Brasil do atraso. Para isso, tínhamos que combater as lombrigas nos intestinos dos famintos e o analfabetismo de nossos jecas. Um jeca nos vernissages? Era ele, o Lobato? Bom lembrar que em matéria de arte e literatura, o pai da Emília estava muito atrasado. Comprou briga com as vanguardas. E perdeu.
 Vamos a um ataque pontual aqui. Se abanque, no más. Que tal retomar o banquinho de três pernas?
Na caracterização do Jeca – figura vendida para o laboratório Fontoura, que vendia vermífugos e tônicos com álcool – Lobato falou da preguiça do caipira. Para não ter que nivelar o terreiro, o capiau inventara o banquinho de três pernas... Genial? Nem tanto.
Em que rancho, à beira de qual grotão vivia Inhô Alvar Aalto? Grande arquiteto moderno e modernista, esse gringo da Escandinávia ficou famoso também com o seu tamborete de três pernas.
Vamos combinar: ou Alvar Aalto era um matuto de pé no chão, no vale do Ribeira ou o Lobato falou um monte, em Urupês e outras locações ermas de nossa consciência pesada com um pé no mato.  Pois o Filósofo do Cerrado não faz filosofia caipira. E nem compra feito. E nem apóia o esnobismo urbanóide & patronal. Assinado: Um neto de Dona Benta, que ainda quer comer bem, e está mais para Jacques Tati que pra Jeca Tatu. Valeu, meu tio.

Uai, siô... E não há de ver que eu gostaria de ter um vaso-ameba desse finlandês?!

Olha o Alvar Aalto no selinho: reconhecimento é bom e ele teria gostado, em vida. ******
Manuel Bandeira, do além, presta sua homenagem à apresentadora do Rádio com imagem:

Imagino Hebe entrando no céu:
- Licença, gracinha!
E São Pedro bonachão:
- Entra, dona Hebe.
Você não precisa me dar selinho”.
MB
(Caramba! Diversos cartunistas tiveram essa idéia e fizeram o desenho, semana passada. Que cabeça a nossa! Ficamos só com a paródia de Irene no céu. Irene ri, Irene ri, Irenííí...)
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Me passou...


Futuro sogro de Nhô Quim, que ridicava queijo
e chantageava o noivo com a Marvada Carne
(com a patroa do Mazzaropi, assuntando de rabo de olho)

No ano que vem eu vou tentar me lembrar: 5 de outubro é o dia dos passarinhos. Aí, minha filha, não vou perder a piada, trocadilho infame que nos ataca antes do café matinal. Eis o achado: “Happy bird’s day!”
E não me venha com esse papo de que a idéia do véio é jeca, pois o Raymond Queneau, que Vossa Senhoria recém me apresentou, ele mesmo, o pai da Zazie, escrevinhou algo do jeito que gostaríamos, para atalhar aquela grafia francesa duplicada: rápi bârsdei... Oui, ma Maúra, c’est vrai... (Ou: cevré!)
"Happy bird's day tuiu iu é o carai"

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Querem uma boa notícia das boas?
Moscou: Uma das moças da banda Pussy Riot deixou a prisão e está soltinha da Silva, pronta para atacar o autoritarismo do Putin, do Taliban, dos governantes chineses que matam quem nao paga o aluguel do barraco de papelão. E essa uma ainda precisa batalhar a liberdade das colegas. Todo apoio a essas netas maluquetes dos velhos sovietes.

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E agora, senta que lá vem charge:

 

2 comentários:

Maíra Selva disse...

muita ironia nascer bem no dia da ave, não é? rss...

Bento Itamar Borges disse...

Comento seu comentário, assim, óh:

Pepedão! pepedão! pepe-dão!

E diga pra Dona Schrink que nosso outro grito de guerra é também
para nosso bico: a-ã... a-ã...

Cifradíssimo isso daí, natürlich.

BIB