Se Eric não era inglês e se existe jazz africano, então diz aí: o que é que se pode dizer ainda sobre o marxismo? |
Em um de seus livros, Hobsbawm redefinira os marcos do século XX assim: começou em 1917 e terminou em 1989. O século passado foi curto, entre a Revolução Bolchevique e a queda do muro de Berlim, com tudo que caiu junto. O marxismo não caiu com o muro. O turista ainda pode comprar um caco do muro e dar uma volta de Trabbi. Mas o marxismo não foi moído e não virou lembrancinha.
Este blogueiro tem a consciência trankila e nao precisa inventar nada de última hora para homenagear Hobsbawm. Há três meses estávamos lendo O Manifesto do PC, em sala de aula, na UFU. Futuros mestres em filosofia puderam também conferir como já foram realizados, inclusive no Brasil recente, muitos dos pontos do programa daquele partido de proletários unidos – 164 anos depois.
Só depois da morte certas verdades se revelam – para os que ficam. Em recente contato, o historiador marxista teria dito a Lula que continuasse a cuidar do Brasil e que tivesse um cuidado especial com a sofrida África.
Todos se referiam ao grande “historiador marxista inglês”, mas agora sabemos ou confirmamos que o organizador de importantes coletâneas nasceu no Egito. O pai era inglês, a mãe, austríaca. Lá pelos doze anos foi morar com tia (judia) em Berlim. Por fim, estudos, militância e extensa produção acadêmica na Inglaterra.
Hobsbawm era africano, então. Seu pai servia o regime colonialista inglês, no Egito. Só agora muitos de nós tomam consciência disso. E não é por acaso que essa recomendação tenha sido feita a Lula. O capitalismo volta-se com violência para a África, inclusive o capitalismo de Estado chinês. Um novo colonialismo? Terra sem lei para o velho processo de acumulação? Nova fronteira agrícola sem código florestal?
A imprensa mais reacionária do Brasil tem na gaveta matérias idiotas e agressivas contra os grandes pensadores de esquerda – ou de qualquer ponto no espectro das ideologias, que recuse as tendências fascistas. Pouco depois da morte de Hobsbawm, a ANPUH (que é a ANPOF dos historiadores) publicou nota contra a revista Veja, que mais uma vez quis encher de injúrias a sala de espera dos consultórios. (Alguém já viu alguma vez uma edição do Brasil de Fato, da revista Piauí, da Caros Amigos, em uma mesinha de dentista ou médico?)
Mas voltemos ao jazz. Se a conta estiver certa, Hobsbawm viveu... 123 anos. Foram cem anos, entre 1917 e 89, e mais 23 desde a queda do Berliner Mauer. Certo? E é curioso que o século XX comece em 17, ano em que o historiador nasceu. Há um interessante e compreensível idealismo (ou uma intencionalidade) nessa datação inventada, à revelia da história oficial: a história c’est moi.
Quem disse que o marxismo coletivista arrasa com as pretensões do indivíduo? Hobsbawm apreciava jazz e, ao cacifar o ano 17, deu uma de Darcy Ribeiro. Esse mineiro cheio de idéias e práticas coerentes chamou 1922 “o ano de mim”, no seu genial livro Aos trancos e barrancos.
Faltou a Hobsbawm, filho de um capataz do colonialismo inglês, assumir sua mestiçagem. Nisso Darcy foi brilhante e meio profético: a construção de um socialismo moreno, que caberá ao século XXI – ao que parece, um longo século sem grandes novidades e com muita conversa fiada.
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OS VÉIO PIRA?
(fonte verdana)
Erva mate, tchê! No caso, do lado de cá da fronteira com o Arroyo Chuy (na verdade em Porto Xavier - RS) |
Com todo o respetio, do tipo que o Hobsbawm fez por merecer, mas eis uma trinca que anda causando surpresa na mídia, esses dias: Plinio, Mujica e Fernando Henrique.
Plinio de Arruda Sampaio, que lutou pelo 1% do PSOL e que se acha à esquerda de todos, diz que não votaria em Haddad e chama Serra de "meu amigo" (dele);
O presidente do Uruguai, Zé Mujica quer liberar (ou descriminalizar) a erva e outras coisas complicadas em seu país - o governo uruguaio vai plantar e distribuir cigarrodocapeta em quantidade suficiente para ver três por-do-sol em um dia;
Já o nosso ex-presidente FHC, que não tem o poder, mas que ter alguma influência, não falou tanto do Mujica, mas do Serra, que "flerta com os conservadores".
Olha só: FHC fumou mas não apagou seus neurônios. Está certo o FHC: Haddad será prefeito, pois Serra não consegue mobilizar nem o tucano de maior sucesso e nem aceitou apoio de Aécio.
Mas, de alguma forma, o Amparo do Serra está em Minas Gerais, o que achamos lamentável. Confiram informações do IBGE sobre esse município de nome estranho, perto de... Pedra do Anta. Eta! Minas Gerais... Moral da história da perda de terreno do Serra: não chegou a presidente do Brasil, não será prefeito de São Paulo, mas poderá, talvez, ser um vereador no aprazível município mineiro, em 2016. Aliás, para citar os termos do IBGE na quarta linha abaixo, se Zé Serra transferir seu domicílio eleitoral para as montanhas de Minas, aí, sim, meus compadres: o eleitorado de lá vai ficar apurado, pois aí, só Deus com jeito, uai.
Plinio de Arruda Sampaio, que lutou pelo 1% do PSOL e que se acha à esquerda de todos, diz que não votaria em Haddad e chama Serra de "meu amigo" (dele);
O presidente do Uruguai, Zé Mujica quer liberar (ou descriminalizar) a erva e outras coisas complicadas em seu país - o governo uruguaio vai plantar e distribuir cigarrodocapeta em quantidade suficiente para ver três por-do-sol em um dia;
Já o nosso ex-presidente FHC, que não tem o poder, mas que ter alguma influência, não falou tanto do Mujica, mas do Serra, que "flerta com os conservadores".
Olha só: FHC fumou mas não apagou seus neurônios. Está certo o FHC: Haddad será prefeito, pois Serra não consegue mobilizar nem o tucano de maior sucesso e nem aceitou apoio de Aécio.
Mas, de alguma forma, o Amparo do Serra está em Minas Gerais, o que achamos lamentável. Confiram informações do IBGE sobre esse município de nome estranho, perto de... Pedra do Anta. Eta! Minas Gerais... Moral da história da perda de terreno do Serra: não chegou a presidente do Brasil, não será prefeito de São Paulo, mas poderá, talvez, ser um vereador no aprazível município mineiro, em 2016. Aliás, para citar os termos do IBGE na quarta linha abaixo, se Zé Serra transferir seu domicílio eleitoral para as montanhas de Minas, aí, sim, meus compadres: o eleitorado de lá vai ficar apurado, pois aí, só Deus com jeito, uai.
Nome Município: AMPARO DO SERRAEleitorado Apurado: 4.532
Comparecimento: 3.976 ( 87,73 %) |
Resultado Nominal
Download
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Candidato
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Part./Colig.
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Votos
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% (*)
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Situação
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FRANCISCO PARADELA
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PRB/ PDT/ PR/ PSDB
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2.079
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55,57
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Eleito
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